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Política Procuradoria-Geral da República narra “traição” de oficiais que “ansiavam por um levante popular contra as eleições regulares”

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Para a PGR, os agentes atuaram de modo a "levar à inoperabilidade' da corporação, com vistas a 'viabilizar um golpe de Estado, esperando-se adesão das Forças Armadas".

Foto: Joedson Alves/Agência Brasil
Para a PGR, os agentes atuaram de modo a "levar à inoperabilidade' da corporação, com vistas a 'viabilizar um golpe de Estado, esperando-se adesão das Forças Armadas". (Foto: Joedson Alves/Agência Brasil)

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o dia 8 de janeiro “foi a oportunidade” que os oficiais enxergaram “para a concretização de suas aspirações inconstitucionais e golpistas, razão pela qual deixaram de agir como deveriam”.

Para a Procuradoria, os agentes atuaram de modo a “levar à inoperabilidade’ da corporação, com vistas a ‘viabilizar um golpe de Estado, esperando-se adesão das Forças Armadas”.

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (18), o atual comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Klepter Rosa, durante uma operação que investiga os atos extremistas de 8 de janeiro.

Também foram presos o coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PM do DF; o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues; o coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra; o coronel Jorge Eduardo Naime; o major Flávio Silvestre de Alencar e o tenente Rafael Pereira Martins.

A ação mira integrantes e ex-integrantes da cúpula da PM no Distrito Federal. Ao denunciar a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal por omissão, a PGR narrou como coronéis trocaram mensagens com teorias conspiratórias após a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas, evidenciando uma “contaminação ideológica” dos oficiais por teorias sobre fraudes eleitorais e de tramas golpistas.

“Em liberdade, esses oficiais, que traíram as missões constitucionais e legais da Polícia Militar do Distrito Federal, representam grave risco à ordem pública e à segurança do Distrito Federal e da União”, argumentou a PGR ao requerer a prisão dos militares.

Na peça de quase 200 páginas, a Procuradoria detalha as condutas de cada um dos oficiais. Narra, por exemplo, que o major Flávio Silvestre de Alencar ‘incitou os demais policiais a ações subversivas, fomentando que a PM deixasse o povo invadir o Congresso Nacional’.

“Em 08 de janeiro de 2023, no comando de uma tropa, dentro do Congresso Nacional, Flávio tratou de executar seu plano: nada fez, na expectativa de ver concretizado o golpe de Estado que buscavam os insurgentes, esperando a adesão das Forças Armadas ou de forças de segurança ao levante, anseios que explicitou em diversos de seus diálogos”.

De acordo com a PGR, as peças de desinformação que circulavam entre o alto oficialato da PMDF “demonstravam expectativa de mobilização popular para garantir Jair Bolsonaro no poder, em desrespeito ao resultado das eleições presidenciais”.

A PGR citou ainda um diálogo entre Marcelo Casimiro, Comandante do 1º Comando de Policiamento Regional, e Fábio Augusto Vieira, então comandante da PMDF. No dia 1º de novembro do ano passado, o primeiro encaminhou a Flávio um vídeo com alegações sobre fraudes nas urnas.

Em resposta, o chefe da PM disse que ‘a cobra” iria “fumar”, mesmo que o conteúdo do vídeo não fosse verídico’, segundo a PGR. “A despeito de compreender a natureza falsa da informação, Fábio demonstrou expectativa quanto ao potencial de subversão dos resultados do pleito eleitoral”, indicou o órgão.

 

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