Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de agosto de 2023
O sonho pode ser uma experiência divertida, agradável ou mesmo aterrorizante para nós, adultos. Se, muitas vezes, não nos lembramos nem do que se passou na mente durante o sono, é impossível nos recordarmos com que idade começamos a sonhar. “Há muitos estudos que sugerem que as principais alterações do sono, como um pesadelo, são mais comuns ao redor dos 4 anos”, explica Anna Dominguez Bohn, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
Isso quer dizer que crianças mais novas não sonham? Absolutamente, não. A verdade é que não há tantas pesquisas que falem sobre sonhos em bebês e recém-nascidos, mas acredita-se que sim, eles devam sonhar. O que sabemos é que, durante o sonho, temos uma fase de intensa ativação cerebral, em que os aprendizados se solidificam e o pequeno processa o que teve de experiência durante o dia. “Desde muito cedo isso já acontece, então é muito provável que tenhamos sonhos desde o início da vida”, diz Anna.
Além disso, os recém-nascidos passam cerca de 50% do tempo dormindo na fase REM (Sono com Movimento Rápido dos Olhos) – que é a parte do sono em que as pessoas sonham. “Também por isso supõe-se que esses bebês sonhem”, explica Linus Fascina, pediatra e gerente-médico do Departamento Materno Infantil do Hospital Albert Einstein.
Com o que os recém-nascidos sonham?
Linus conta que os sonhos dos recém-nascidos são provavelmente muito simples e envolvem imagens e sensações básicas, como luz, som, cheiros e toques. “À medida que os bebês crescem, seus sonhos se tornam mais complexos e envolvem pessoas e eventos que eles experimentaram em sua vida”, diz. Algumas pesquisas ainda sugerem que eles podem sonhar com suas experiências no útero, como ouvir a voz da mãe ou sentir o movimento do corpo dela, além de imaginar seus cuidadores, seus brinquedos e outras coisas que são importantes para eles.
Nada é totalmente certo, mas se você vir seu bebê sorrindo, bocejando ou se mexendo enquanto dorme, pode ser que ele esteja sonhando. “É uma maneira normal e saudável do cérebro do bebê processar suas experiências e aprender sobre o mundo”, conclui o pediatra.