Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de setembro de 2023
Atriz, comediante, roteirista, apresentadora, produtora, diretora, escritora, astróloga amadora… Workaholic confessa, Ingrid Guimarães é tudo isso e mais um pouco. Em seus projetos, faz questão de se envolver na edição, no figurino, no penteado, na divulgação, nas mais diversas áreas. Recentemente, também tem se engajando em campanhas que pressionam pelo retorno da cota de tela para o cinema nacional.
No mês passado, Ingrid subiu ao palco do Festival de Gramado para receber uma homenagem por sua contribuição para o audiovisual brasileiro. Protagonista de sucessos de bilheteria como a trilogia “De pernas pro ar”, a atriz agradeceu ao festival, mas não deixou de pedir mais espaço para filmes populares em eventos cinematográficos.
“A comédia é um primo pobre das artes, é sempre deixada de lado em prêmios e homenagens. Somos mais de público do que de prêmios. Mais do que uma coisa de ego, é um reconhecimento ao cinema popular”, disse ela sobre a honraria em Gramado.
Cinema
Ingrid descobriu o cinema já com 20 anos de carreira.
“Eu me apaixonei pelo set, pela equipe e por tentar entender o que as pessoas querem ver. Peguei o cinema como uma causa. Não me vejo como uma atriz que vai lá e faz um filme. Eu participo de tudo.”
Entusiasta do humor, a artista acredita que a comédia e o cinema popular podem ajudar a trazer o público de volta às salas.
“É impressionante que os teatros e os shows estejam lotados. E cadê o público do cinema?”, questiona. “Precisamos unir forças para fazer o cinema brasileiro mais forte. Produtores, distribuidores e exibidores precisam entender que é o momento de olhar com carinho para o nosso cinema.”
Em 2021, Ingrid, após 28 anos na Globo, em uma parceria que começou em “Mulheres de areia” (1993) e inclui atrações como o humorístico “Sob nova direção” (2004-2007) e as novelas “Por amor” (1997) e “Novo mundo” (2017), assinou um contrato de exclusividade com o Amazon Prime Video, que se interessou pelo lado “faz tudo” da atriz. Ao lado do amigo Lázaro Ramos, Ingrid assumiu uma função de produção criativa para pensar o conteúdo nacional da companhia. Desde então, já se envolveu em projetos como as séries “Eleita” (2022) e “5x Comédia” (2023). E tem mais.
No próximo dia 15, ela poderá ser vista como apresentadora do reality show de namoro “Match nas estrelas”. Ao lado da astróloga Tati Lisbon, a Papisa, a comediante irá comandar um programa em que os participantes tentam usar uma possível compatibilidade astral na busca por um par ideal.
“Procuro muito pela originalidade e nunca tinha visto um reality de namoro envolvendo astros, então aceitei fazer, mas pedi para trazer meu humor para o projeto. Quis brincar com essa dependência das pessoas em tomar decisões de acordo com os signos “, diz ela, que já tinha interesse no tema. “O meu lado canceriano me ajuda na minha intuição, no afeto que crio com as pessoas. A parte ruim é que a gente sofre demais, com qualquer coisa.”
O contato com Papisa ajudou a atriz a entender um pouco mais sobre sinastria, que a astrologia crê servir para verificar o grau de compatibilidade nas relações. As duas, inclusive, se provaram compatíveis de acordo com a sinastria, mas Ingrid não quis saber sobre a relação com o marido:
“Vou fazer sinastria com 19 anos de casamento? Vou nada! Vai que a pessoa diz que não damos certo juntos, agora não tem mais jeito”, diverte-se.
No ano passado, Ingrid completou 50 anos e viveu algumas questões com essa marca, especialmente diante da reação das pessoas e de publicações em sites, que diziam que ela “estava bem para sua idade”. Para superar isso, brinca, fez “uma festa de casamento com si mesma”, para qual chamou amigos da vida inteira. Também começou a fazer vídeos para as redes falando abertamente sobre envelhecimento.
“A partir dos 47, 48 anos, começaram a me lembrar que eu iria fazer 50. Vejo amigas que moram fora e não passam muito por isso, mas o Brasil é etarista, o Brasil tem problemas com o envelhecer. Tem problema com a pele enrugada, com o cabelo branco, e principalmente com relação à mulher”, aponta. “Estou mais madura, mas estou jovem. Até entender que era um etarismo, vivi milhões de sensações. Pensei ‘será que acabou pra mim?’. Me afundei um pouco nisso. Eu me sinto tão jovem, mas lia as matérias e todas tinham o 50 no título. Resolvi falar e rir disso. A capacidade de transformar o trauma em humor salva.”