Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de setembro de 2023
Ex-ministra disse que "vê com tristeza e consternação a interrupção temporária de uma política pública de esporte inclusiva, democrática e igualitária no governo federal"
Foto: Ronaldo Caldas/Ministério do EsporteO ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta quinta-feira (7) que o governo federal cumprirá os compromissos feitos durante a campanha para a área do esporte, mesmo após trocar a ex-atleta Ana Moser pelo deputado federal André Fufuca (PP-MA) no comando do ministério.
“Estamos tendo mudança de quem está na quadra, mas não mudam os compromissos com o esporte brasileiro”, disse Padilha, usando uma analogia esportiva. A declaração foi dada na chegada à Esplanada dos Ministérios para o desfile cívico-militar de 7 de Setembro.
A troca ministerial foi anunciada na noite de quarta (6) e, além do Esporte, incluiu a pasta de Portos e Aeroportos e a criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa, o 38º do atual governo.
Na nota em que anunciou a troca de ministros, o Palácio do Planalto não citou o nome de Ana Moser nem agradeceu à ministra pelos oito meses à frente do Ministério do Esporte – algo atípico na comunicação do governo.
Questionado nesta quinta, Padilha minimizou essa ausência. Segundo ele, Lula considera que Ana Moser seguirá colaborando com o governo. “Quero registrar aqui o carinho, a admiração e o agradecimento do trabalho que vinha sendo feito pela ministra Ana Moser na área do esporte. O presidente Lula tem uma grande consideração pela ministra Ana Moser. A ministra Ana Moser nesse período já plantou a semente, iniciou a colher os frutos daqueles compromissos do presidente do Lula com o esporte brasileiro na campanha eleitoral”, disse.
“Inclusive, o presidente Lula considera e acredita que a ministra Ana Moser vai continuar colaborando com o esporte brasileiro, com as políticas públicas federais. O presidente Lula conta que a ministra Ana Moser continue colaborando”, continuou.
Em nota divulgada na quarta, no entanto, Ana Moser disse ver com “tristeza” e “consternação” a interrupção de uma “política pública inclusiva” no Ministério do Esporte.
“Esta gestão vê com tristeza e consternação a interrupção temporária de uma política pública de esporte inclusiva, democrática e igualitária no governo federal, mas entende que este caminho apenas começou a ser trilhado”, afirmou a ex-ministra.
Padilha também elogiou a nomeação de André Fufuca para o ministério. Formado em medicina e deputado federal desde 2015, Fufuca não tem ligação histórica pública com o tema do esporte. “Fufuca traz a experiência do esporte como inclusão, investimentos da proteção social no esporte, empreendedorismo no esporte”, disse Padilha.
Reforma ministerial
A dança das cadeiras nos ministérios tem como objetivo principal e declarado atrair partidos do chamado Centrão para a base do governo e, com isso, garantir maioria no Congresso para temas de interesse do Planalto.
Os novos ministros – André Fufuca no Esporte e Silvio Costa Filho (PE) no Ministério de Portos e Aeroportos – foram indicados pelas bancadas do PP e do Republicanos na Câmara.
Juntos, os partidos reúnem 90 deputados, mas não há expectativa de que todos, de fato, votem com o governo. Boa parte desses parlamentares mantém vínculos políticos e ideológicos com o ex-presidente Jair Bolsonaro, por exemplo.
Ana Moser foi a única ministra demitida na reforma. Márcio França (PSB-SP) foi desalojado do Ministério de Portos e Aeroportos, mas será realocado no novo Ministério da Micro e Pequena Empresa, a ser criado nos próximos dias.
Nesta quinta, Padilha afirmou que as fotos oficiais de Lula com os novos ministros serão feitas quando eles tomarem posse na próxima semana, após o retorno do presidente da viagem oficial à Índia.