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Política Coronel Mauro Cid tem delação premiada homologada por Alexandre de Moraes e deixa a prisão em Brasília

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Cid usará tornozeleira eletrônica, não poderá estar fora de casa no período noturno e nem aos finais de semana, além de se afastar das funções do Exército.

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Cid usará tornozeleira eletrônica, não poderá estar fora de casa no período noturno e nem aos finais de semana, além de se afastar das funções do Exército. (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, teve sua delação premiada homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) neste sábado (9). O magistrado também aceitou o pedido de liberdade provisória do tenente-coronel, e ele deixou a prisão em Brasília.

Conforme a decisão, Mauro Cid terá de usar tornozeleira eletrônica, não poderá estar fora de casa no período noturno e nem aos finais de semana, além de se afastar das funções do Exército. O militar é investigado por fraudar os cartões de vacinação do ex-presidente e sua filha, Laura, além de ser uma peça central em um suposto esquema de venda de joias e artigos de luxo que Bolsonaro ganhou durante agendas oficiais enquanto ocupava a cadeira de presidente da República.

A delação pode complicar ainda mais a situação de Jair Bolsonaro. Cid esteve ao lado do ex-presidente em entrevistas, lives e reuniões, e foi o braço-direito nos quatro anos do governo passado.

O oficial do Exército participou diretamente do caso das joias desde os primeiros passos. No final do governo, Cid despachou um auxiliar para tentar resgatar um kit de joias que a casal Jair e Michelle Bolsonaro receberam do governo da Arábia Saudita. As joias tinham sido retidas pela Receita Federal no aeroporto de Garulhos.

O ex-ajudante de ordens também participou da operação para venda de outros objetos de valor que o então presidente recebeu como presente na qualidade de chefe de Estado. Os itens deveriam ter sido restituídos à União. Todavia, foram despachados para venda nos Estados Unidos.

No caso das joias apropriadas pelo ex-presidente e que foram colocadas a venda, Cid deixou rastros em e-mails, conversas por aplicativos de mensagens e movimentações financeiras que podem acabar comprometendo o seu ex-chefe.

No dia 28 de agosto, quando o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ficaram em silêncio em um depoimento prestado na Polícia Federal, Cid falou com os policiais por mais de 10 horas. Além do caso da venda ilegal de joias recebidas por comitivas da Presidência da República, Cid também é investigado por estar envolvido com o escândalo da invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelo hacker Walter Delgatti Netto e a falsificação de cartões de vacina da família de Bolsonaro, motivo esse que motivou a sua prisão preventiva em maio deste ano.

Quem é Cid

Mauro Cid tem 44 anos. É tenente-coronel e filho de Mauro César Lourena Cid, general da reserva que foi colega de Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no Rio de Janeiro. O pai dele também é investigado por envolvimento no caso das joias.

O tenente-coronel foi escalado para a função de ajudante de ordens de Bolsonaro pouco antes da posse, em 2018, quando estava pronto para assumir uma função nos Estados Unidos. Cid abriu mão de acompanhar a missão no exterior para assessorar Bolsonaro.

Pela função, ganhava R$ 1,7 mil, mais o salário militar de R$ 26 mil.

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