Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 11 de setembro de 2023
Há uma definição e uma indefinição em relação ao que acontecerá na Caixa.
Primeiro, o que está certo:
Lula, antes de viajar para a Índia, acertou com Arthur Lira, que o banco será dirigido pelos partidos do Centrão. E com “porteira fechada”: a presidência e as 12 vice-presidências serão totalmente ocupadas por indicados das legendas do Centrão. Os nomes serão definidos após uma nova reunião entre Lira e Lula, quando o presidente retornar ao Brasil, na semana que vem.
Agora, a dúvida:
No PP reina o suspense em relação ao nome que que Lira indicará para a presidência da Caixa. A ex-deputada Margarete Coelho já foi dada certa. Não é mais. Assim como semanas antes o favorito era o ex-presidente da Caixa Gilberto Occhi e aos poucos perdeu essa condição. Nenhum dos dois nomes, porém, está descartado. Mas o leque de opções se abriu.
A propósito, o governo não impôs que Rita Serrano seja sucedida no comando da Caixa por uma mulher. Será o nome que Lira escolher e for aprovado por Lula.
Calazans
A divergência na cúpula do Progressistas (PP) em torno do ingresso da bancada federal na base governista respingou nas articulações pela presidência da Caixa Econômica Federal. O nome da ex-vice-presidente da Caixa Danielle Calazans voltou a ganhar força no contexto da reforma ministerial.
O líder do PP, deputado André Fufuca (Maranhão), deve ser confirmado novo ministro do Esporte em breve, com o aval dos deputados federais da legenda e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). No entanto, o movimento não tem o respaldo do presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), que preferia que a bancada continuasse independente.
Com o gesto de Nogueira de tentar impedir a nomeação de Fufuca para o ministério, alas do governo voltaram a defender a indicação de Calazans para o lugar da presidente Rita Serrano. Isso porque Margarete Coelho é um quadro do PP muito ligado a Ciro Nogueira, embora também seja próxima de Arthur Lira. Nogueira foi chefe da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro, e ainda se mostra um aliado convicto do ex-mandatário nas redes sociais e em declarações públicas.
Além disso, Calazans também seria “mais capacitada tecnicamente” para assumir o banco público, já que, ao contrário de Margarete Coelho, é funcionária de carreira da Caixa e chegou ao posto de vice-presidente de Gestão Corporativa, cargo que ocupou do meio ao final de 2022.
Apesar de ter chegado à cúpula da Caixa durante a gestão Bolsonaro, fontes do governo avaliam que Danielle Calazans ganhou destaque ao comandar a transição, no fim do ano passado, à atual presidente Rita Serrano. Foi Calazans que disponibilizava informações da Caixa a grupos temáticos do governo.
Outro ponto citado por membros do governo foi seu trabalho à frente de programas voltados para mulheres após a presidência de Pedro Guimarães no banco, que pediu demissão acusado de assédio sexual – ele responde a alguns processos no Poder Judiciário.
No início deste ano, Calazans foi convidada pelo governador Eduardo Leite (PSDB) para comandar a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do Rio Grande do Sul, cargo em que permanece até hoje.