Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Ronaldo Nogueira de Oliveira | 13 de setembro de 2023
O Brasil não pode continuar nesse modelo sindical híbrido que levou ao expressivo número de 16.431 sindicatos.
Foto: DivulgaçãoEsta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Em sessão do dia 12/09 por maioria, o STF – Supremo Tribunal Federal considerou válida a cobrança da chamada contribuição assistencial pelos sindicatos. Pela decisão, só poderá ser cobrada dos empregados que não são filiados aos sindicatos se forem preenchidos os seguintes requisitos:
se o pagamento for acertado em acordo ou convenção coletiva dos trabalhadores da categoria;
se os trabalhadores não filiados a sindicatos derem o aval expresso à cobrança.
A decisão também garante o direito a oposição, isso é, aqueles trabalhadores que não quiserem pagar poderão se opor mediante ofício expresso ao sindicato e para empresa.
Em seu voto o próprio ministro Barroso reconhece um dos objetivos fundamentais da Modernização Trabalhista de 2017, dar força de lei aos acordos coletivos de trabalho. – “A posição reafirma a relevância e a legitimidade das negociações coletivas, aprofundando e densificando um dos principais objetivos da Reforma Trabalhista”, ponderou. O direito à oposição também está assegurado no PL 11206 / 2018 de minha autoria com objetivo de regulamentar a Contribuição Assistencial.
A Constituição de 1988, no artigo 8º: Define o Princípio da Unicidade Sindical que impede o fracionamento dos sindicatos, isso é, proíbe o estabelecimento de mais de um sindicato representativo de uma categoria na mesma base territorial, nunca inferior a um município.
A Convenção n° 87 da OIT, refere-se à liberdade sindical e à proteção de sindicalização, adotando o sistema de pluralidade sindical, que tem em seu conceito a livre filiação dos sindicatos para atuarem concorrente em qualquer ponto do território nacional.
O Brasil não pode continuar nesse modelo sindical híbrido que levou ao expressivo número de 16.431 sindicatos, sendo 11.257 de trabalhadores e 5.174 de empregadores, fora as confederações, federações e centrais sindicais. Em partes de acordo com o princípio constitucional e em partes de acordo com a norma 87 da OIT.
Ex-ministro do Trabalho que realizou a modernização trabalhista e criou a carteira de trabalho digital.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.