Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de setembro de 2023
A Espanha é alvo de um novo boicote: 21 das 23 jogadoras da seleção que conquistaram o título inédito da Copa do Mundo Feminina manifestaram sua recusa à equipe nacional. Isso mesmo após a renúncia de Luis Rubiales à presidência da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) três semanas depois do beijo não consentido na atacante Jenni Hermoso. As atletas julgam que as mudanças na entidade foram insuficientes.
“Ao dia de hoje, como transmitidos à RFEF, as mudanças produzidas não são suficientes para que as jogadoras se sintam em um lugar seguro, onde se respeite as mulheres, se aposte no futebol feminino e possamos dar nosso rendimento máximo”, diz o comunicado das jogadoras.
A carta foi assinada por um total de 39 jogadoras, incluindo 18 que não estiveram na Copa do Mundo Feminina. São elas: Ivana Andrés, Aitana Bonmatí, Alba Redondo, Alexia Putellas, Catalina Coll, Enith Salón, Esther González, Irene Paredes, Irene Guerrero, Jenni Hermoso, Laia Codina, María Pérez, Mariona Caldentey, Misa Rodríguez, Oihane Hernández, Olga Carmona, Ona Batlle, Salma Paralluelo, Rocío Gálvez, Teresa Abelleira, Elene Lete, Fiamma Benítez, Inma Gabarro, Eva Navarro, Marta Cardona, Maite Oroz, Jana Fernández, Patricia Guijarro, Lola Gallardo, Nerea Eizagirre, Ainhoa Moraza, Maria León, Sandra Paños, Claudia Pina, Amaiur Sarriegi, Leila Ouahabi, Laia Aleixandri, Lucia García e Andrea Pereira. Das campeãs mundiais, somente Athena del Castillo e Claudia Zornoza não aparecem na lista.
Campeão com a Espanha, o técnico Jorge Vilda, que também era diretor de futebol feminino da federação, foi demitido dos cargos na semana passada pela nova diretoria – Rubiales não havia anunciado sua renúncia, mas estava suspenso provisoriamente pela Fifa. O treinador fora bancado pelo dirigente quando um grupo de 15 jogadoras exigiram a saída dele no ano passado, com reclamações sobre métodos de trabalho, tratamento com algumas atletas e até denúncias de assédio moral.
A ex-jogadora Montse Tomé, assistente técnica adjunta de Jorge Vilda na seleção espanhola, foi anunciada como a nova treinadora e primeira mulher a comandar a equipe. Ele será apresentada nesta sexta-feira, quando também faria a convocação para os jogos contra Suécia e Suíça, pela Liga das Nações Feminina.
Logo após a divulgação do boicote das jogadoras, a federação espanhola informou nas redes sociais que a apresentação de Montse Tomé, prevista para as 16h (horário local, 11h no horário de Brasília) foi adiada, ainda sem previsão para novo horário.
Jenni Hermoso denunciou Luis Rubiales por agressão sexual, e a Audiência Nacional acatou o pedido do Ministério Público para julgar o caso. O dirigente presta depoimento nessa sexta (15) e responde também por coerção. Ele pode pegar até quatro anos de prisão.