Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de setembro de 2023
Eleições presidenciais na Argentina acontecem em 22 de outubro
Foto: ReproduçãoA pouco mais de um mês do primeiro turno das eleições presidenciais na Argentina, que acontece em 22 de outubro, as pesquisas eleitorais indicam que Javier Milei, candidato ultradireitista que surpreendeu e venceu as primárias em agosto, está em primeiro lugar nas intenções de voto.
Milei, um economista e antigo comentarista da televisão, abalou a elite política com críticas ruidosas, por vezes cheias de palavrões, aos seus rivais, juntamente com promessas de fechar o Banco Central do país, reduzir o tamanho do governo e dolarizar a economia.
Quais são os números da pesquisa?
A última pesquisa da consultoria Analogías mostra Milei com 31,1% dos votos, à frente do ministro da Economia do partido no poder, Sergio Massa, que está com 28,1%.
Já a ex-ministra da Segurança de direita Patricia Bullrich está com 21,2%, o que é um golpe para a principal oposição conservadora, que já foi considerada favorita à vitória. Uma segunda pesquisa, feita pelo instituto Opinaia, dá a Milei 35% dos votos; Massa tem 25%; e Bullrich, 23%.
Os levantamentos mostram que o apoio ao ultradireitista é mais forte entre os homens, os eleitores jovens e os grupos menos favorecidos.
“O resultado das primárias foi chocante, e o resultado das eleições gerais será chocante seja qual for o seu resultado”, avaliou a diretora de comunicação da Analogías, Marina Acosta, citando a corrida eleitoral sendo “colorida pela novidade política”.
Milei surpreende
As pesquisas sugerem que as eleições provavelmente irão para um segundo turno, que ocorrerá em novembro.
Um candidato precisa de 45% dos votos, ou pelo menos 40% com uma vantagem de 10 pontos percentuais do segundo colocado para vencer no primeiro turno.
Milei atingiu os eleitores argentinos furiosos, que enfrentam uma inflação de mais de 124%, um governo sem dinheiro, uma economia em declínio e cerca de quatro em cada dez pessoas na pobreza.
O seu concorrente mais próximo parece agora ser Massa, parte da coligação peronista de centro-esquerda. Aparentemente, eles oferecem dois modelos econômicos opostos para o país em apuros.
“As estratégias de Milei e Massa pretendem ser polos opostos uma da outra”, pontuou o analista político Julio Burdman, da consultoria Observatório Eleitoral. “Eles estão fazendo isso muito bem, o que permite que ambos obtenham ganhos”, adicionou.
Uma grande advertência, no entanto, é que os investigadores argentinos erraram muito na votação nas primárias e interpretaram mal as últimas eleições gerais de 2019, o que significa que o resultado final poderá surpreender mais uma vez.