Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de outubro de 2023
O Prêmio Nobel de Física de 2023 foi dado aos criadores de experimentos com luz que capturam “os mais curtos dos momentos” e abriram uma janela para observar o mundo dos elétrons. Os laureados são o francês Pierre Agostini, o húngaro-austríaco Ferenc Krausz e a francesa-sueca Anne L’Huillier.
O trabalho deles desenvolveu uma maneira de criar pulsos de luz extremamente curtos, que podem ser usados para capturar e estudar processos rápidos que acontecem dentro dos átomos. Os vencedores dividirão o prêmio no valor 11 milhões de coroas suecas (R$ 5 milhões).
A Academia Real de Ciências da Suécia declarou que os experimentos dos três laureados produziram “pulsos de luz tão curtos que eles são medidos em attossegundos”. Um attossegundo é um quintilionésimo de segundo – em ordem de grandeza, isso representa para um segundo aquilo que um segundo representa para a idade do Universo.
O trabalho do trio demonstrou que estes pulsos tão curtos – obtidos por máquinas de ultra-alta velocidade – podem ser usados para estudar como os elétrons se comportam.
Os elétrons são partículas dentro dos átomos que se movem incrivelmente rápido – em bilionésimos de segundo.
Antes das descobertas dos premiados com o Nobel de 2023, os elétrons pareciam manchas, mesmo com o uso dos microscópios mais avançados. Isso porque o movimento e o comportamento deles são rápidos demais.
Eva Olsson, presidente do Comitê do Nobel de Física, declarou: “Agora podemos abrir as portas para o mundo dos elétrons. A Física do attosegundo nos dá a oportunidade de compreender os mecanismos que são governados pelos elétrons”.
A “Física de attosegundos” avalia processos importantes dentro de átomos e moléculas ao utilizar um foco mais nítido. É provável que o desenvolvimento dessa área do conhecimento leve à criação de microscópios ainda mais precisos, a uma eletrônica muito mais rápida e a novos testes capazes de diagnosticar doenças numa fase mais precoce.
A professora L’Huillier, que trabalha na Universidade de Lund, na Suécia, é apenas a quinta mulher a ganhar um Nobel de Física.
Após ser anunciada como vencedora, e ainda parecendo um tanto atordoada com a notícia, ela discursou na conferência de imprensa realizada nessa terça-feira (3) na Academia Real de Ciências da Suécia. “É incrível”, disse ela.
“Não há tantas mulheres que recebem este prêmio – por isso ele é muito, muito especial”, disse a cientista. L’Huillier explicou que o Comitê do Nobel ligou três vezes antes que ela atendesse o telefone.
“Eu estava dando aula”, relatou ela – L’Huillier ainda brincou que a última meia hora de aula, quando ela já havia descoberto ser uma das laureadas deste ano, foi “bastante difícil”.
O professor Pierre Agostini trabalha na Universidade do Estado de Ohio, nos EUA, e Ferenc Kraus realiza pesquisas no Instituto Max Planck de Óptica Quântica, na Alemanha.
O Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, anunciado na segunda-feira (2/10), foi dado à dupla de cientistas que desenvolveu a tecnologia por trás das vacinas de mRNA contra a covid-19. As informações são da BBC News.