Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Carlos Roberto Schwartsmann | 12 de outubro de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Os organizadores do Congresso Internacional de Cirurgia do Pé e Tornozelo viveram momentos angustiantes e enfrentaram um dilema triste e inusitado na última quinta-feira após a chacina de três congressistas em frente ao hotel sede do evento na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro: Cancelar ou não o congresso?!! Muito provavelmente pela presença de inúmeros médicos estrangeiros mantiveram a realização do mesmo. Certamente uma decisão sob forte emoção e dor.
É a primeira vez que este encontro é realizado na América Latina.
Em respeito à memória dos colegas, a cerimônia de abertura e o jantar de encerramento foram cancelados.
As três vítimas eram médicos renomados e qualificados. Foram surpreendidos na fase de maior produtividade na vida. Todos eram oriundos do Hospital de Clinicas de São Paulo. Um era meu amigo e os outros dois conhecidos.
Recebi a notícia perplexo, chocado e nauseado. Por pouco não vomitei! Onde o Brasil foi parar?!!
Nós devemos ser campeões mundiais de impunidade. Nos falta educação. Muita educação! Nos falta justiça. Muita justiça! Não conseguimos pôr em prática o cumprimento das regras básicas mínimas de uma sociedade civilizada. Aqui morrem cinquenta mil pessoas assassinadas por ano!
Fico indignado quando um policial é morto. Os pachorrentos argumentam que é o risco do oficio. Quando um bandido morre acusam a sociedade de não ter oferecido educação e oportunidade adequada.
São vítimas da sociedade opressora e por isso devem ser perdoados.
Compartilham desta tolerância governos, políticos, juízes e a imprensa midiática. Com percepção desta a parcialidade obviamente os delinquentes oferecem apoio reciproco!
Brizola ficou famoso em 1983 quando se tornou governador do Rio de Janeiro com a frase: “No meu governo a polícia não sobe o morro! ” Após o escrutínio final, na última eleição, houve verdadeira festa nos presídios! Porque o STF não julga os processos de “prisão em segunda estância” e da “maioridade penal”?!
Em 2020 o ministro Edson Fachin determinou a suspensão das operações policiais nas favelas do Rio durante a pandemia.
Há uma semana o ministro da justiça suspendeu o envio de 300 policiais da força nacional de segurança para proteger o Rio.
Ainda neste cenário, a imprensa e a mídia também têm uma grande parcela de culpa. Não existem editoriais ou reportagens que argumentem a favor de leis mais eficientes, ou endurecimento no tratamento aos criminosos.
Somente exigem justiça quando um “inocente” foi assassinado!
Aqui existe uma inversão total de valores. Aqui o bandido é o mocinho e o policial é o bandido!
Aqui nós conseguimos criar a cultura da bandidolatria!!
Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
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