Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 22 de outubro de 2023
Manifestações públicas pró-palestinos ocorreram nesse final de semana em diversas cidades pelo mundo. Uma das maiores foi em Londres, no Reino Unido, onde cerca de 100 mil pessoas participaram de uma manifestação na região central da cidade. Eles caminharam pela capital britânica para exigir um cessar-fogo imediato em Gaza, após o ataque do Hamas contra Israel duas semanas atrás.
Entoando “Palestina Livre”, com cartazes e bandeiras palestinas, os manifestantes se locomoveram por Londres antes de se juntarem em Downing Street, residência oficial e gabinete do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak.
“Como uma palestina que gostaria de voltar para casa um dia, como uma palestina que tem irmãos e irmãs em Gaza, e família, eu gostaria que pudéssemos fazer mais, mas protestar é o que podemos fazer neste momento”, disse uma mulher, que se recusou a dar seu nome, à Reuters.
A polícia alertou antes da manifestação que qualquer pessoa expressando apoio ao Hamas, banido no Reino Unido como uma organização terrorista, poderia ser preso, e que incidentes de crime de ódio não seriam tolerados.
O protesto foi pacífico.
Também ocorreram manifestações em Nova York (EUA), Bucareste (Romênia), Bangkok (Tailândia), Sydney, (Austrália), Christchurch (Nova Zelândia), Carachi (Paquistão), Pristina (República do Kosovo), Pretória (África do Sul), Laore (Paquistão), Jacarta (Indonésia) e Lisboa (Portugal).
Paris e Alemanha
Em Paris, a polícia usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar uma manifestação de apoio ao palestinos, após o governo francês ter proibido qualquer protesto do tipo. Mesmo assim, milhares de manifestantes reuniram-se em Paris, Lille, Bordéus e outras cidades.
O presidente francês, Emmanuel Macron, apelou às pessoas para não fomentarem divisões internas. “O escudo da unidade nos protegerá do ódio e dos excessos”, disse ele num discurso em vídeo.
A proibição de comícios pró-Palestina ocorre num momento em que os governos europeus temem um aumento do antissemitismo desencadeado pela guerra entre Israel e o Hamas.
A França tem uma comunidade judaica de quase 500 mil pessoas, a maior da Europa. A comunidade muçulmana de França também está entre as maiores da Europa — cerca de 5 milhões.
Já o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, declarou “tolerância zero” ao antissemitismo. Ele disse ao parlamento que o grupo pró-palestiniano Samidoun, que foi fotografado distribuindo doces na área de Neukölln, em Berlim, para comemorar o ataque do Hamas, seria banido. “Não toleramos o antissemitismo”, acrescentou.
Entenda o conflito
A mais recente disputa entre Israel e o grupo terrorista Hamas começou em 7 de outubro, quando o Hamas realizou um ataque-surpresa contra Israel. Essa foi a mais violenta ação contra o território israelense dos últimos 50 anos. Os serviços de inteligência do país não conseguiram antecipar que uma ofensiva dessa magnitude estava sendo preparada. Diante da ofensiva do Hamas, o governo israelense iniciou uma retaliação. Cerca de 1.400 pessoas morreram no ataque do Hamas a Israel. O Ministério da Saúde de Gaza afira que 4.385 pessoas morreram no território desde o começo do conflito.