Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de outubro de 2023
Antecipar os atendimentos a vítimas de parada cardíaca enquanto o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) não chega ao local do incidente. Com esse objetivo, a Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre desenvolve um projeto-piloto em parceria com o Hospital Moinhos de Vento e voluntários treinados e cadastrados por meio de aplicativo.
Trata-se do plano “Cidade Cardioprotegida”, que já abrange 145 equipamentos desfibriladores automáticos, distribuídos estrategicamente em unidades das redes de farmácias Panvel e São João. Os recursos são oriundos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi/SUS).
De acordo com a prefeitura, a expectativa é que sejam treinados 2 mil voluntários até o final deste ano, com aulas nos três turnos do dia, em diferentes locais da cidade, como universidades e faculdades.
A atuação como voluntário está condicionada ao cadastramento no projeto – informações podem ser obtidas por meio do whatsapp (51) 99648-7732.
Será realizado treinamento sobre o uso de desfibrilador e manobra de compressão torácica até a chegada da ambulância. Na etapa seguinte, o participante receberá um código a ser instalado no aplicativo e passa então a integrar o grupo de referência no auxílio a situações envolvendo parada cardiorrespiratória.
Estatística
Na origem do plano estratégico está o fato de que os primeiros 5 minutos são cruciais para um indivíduo nesse tipo de situação e que cada minuto de espera sem atendimento básico reduz em 10% as chances de sobrevivência.
“A ideia é que o voluntário já possa agir nos primeiros minutos até a chegada da ambulância, melhorando a resposta a esses casos e reduzindo sequelas”, afirma o coordenador do Samu na capital gaúcha, Fabiano Barrionuevo.
De acordo com a estatística, a cada ano Porto Alegre registra cerca de 500 casos de parada cardiorrespiratória fora de ambiente hospitalar. O índice de sobrevivência é inferior a 20%, por causa de fatores como o tempo médio para chegada de uma ambulância do Samu, que varia de 5 a 16 minutos. E para quem sobrevive há também o risco de sequelas.
“Também pretendemos cadastrar pessoas já treinadas, a fim de chegarmos a 5 mil voluntários cadastrados e aptos a ter o aplicativo até dezembro, para que atuem como força-resposta”, acrescenta a coordenadora do projeto no Moinhos de Vento, Fernanda Donner Alves.
(Marcello Campos)