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Brasil Pesquisa do IBGE mostra que 9,5 milhões de pessoas faziam trabalho remoto em 2022 no Brasil

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O levantamento mostrou também que havia mais mulheres ocupadas que realizavam teletrabalho.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O levantamento mostrou também que havia mais mulheres ocupadas que realizavam teletrabalho. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Brasil tinha cerca de 9,5 milhões de pessoas em trabalho remoto no quarto trimestre do ano passado. Os dados fazem parte do módulo Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgado pela primeira vez, nesta quarta-feira (25), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O contingente, que equivale a 10% do total de 96,7 milhões de pessoas ocupadas que não estavam fora do trabalho, inclui os 2,1 milhões que executavam tarefas remotamente, mas não em teletrabalho, pois não usavam equipamentos de tecnologia da informação e comunicação (TIC) para cumprir as funções laborais.

Nesse período, cerca de 7,4 milhões de pessoas estavam em teletrabalho, que é considerado um subgrupo do trabalho remoto. Essa parcela de profissionais realizava suas funções, ao menos parcialmente, em um local alternativo ao local padrão e usava equipamentos TIC para isso. “[Eram equipamentos] como computador, tablet para a realização do trabalho, ou seja, aquela pessoa que está em trabalho remoto e trabalha no computador, por exemplo, ela utiliza aqueles dispositivos. Esse é o teletrabalho”, disse Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa.

O setor de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas registrou cerca de um quarto (25,8%) das pessoas ocupadas no teletrabalho, em pelo menos, um dia no período de referência da pesquisa. Na sequência, foi o setor de atividades por administração pública (11,1%) na educação e saúde.

O levantamento mostrou também que havia mais mulheres ocupadas que realizavam teletrabalho (8,7%) que homens (6,8%). Na distribuição por cor ou raça, as pessoas brancas em teletrabalho eram a maior parte (11,0%), seguidas por pretos (5,2%) e pardos (4,8%). Quanto à faixa etária, o maior percentual ficou com o grupo de 25 a 39 anos, com 9,7%, acima da média nacional. A menor proporção de trabalhadores nessa situação era de adolescentes entre 14 e 17 anos, com 1,2%.

Conforme o IBGE, as estatísticas são experimentais, ou seja, estão em fase de teste e sob avaliação. Além de considerar o quarto trimestre de 2022, o módulo inédito Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais da Pnad Contínua tomou como base a população ocupada de 14 anos ou mais, exclusivamente o setor público e militares, levando em conta o trabalho único ou principal que a pessoa tinha na semana de referência.

“A pessoa tem um local de trabalho, por exemplo, [é] empregado de uma fábrica, e o local padrão de trabalho dele é naquela fábrica. Então, o trabalho remoto vai ser um lugar alternativo a esse local padrão. Assim, para ser considerado trabalho remoto, deve ser realizado em local diferente daquele que tipicamente se esperaria. No caso de um motorista de ônibus, ele é empregado de uma empresa que tem uma sede, mas o local padrão dele vai ser o ônibus. Apesar dele trabalhar fora da sede da empresa, ele não está em trabalho remoto, porque o local padrão de trabalho é no veículo automotor, no ônibus”, explicou Geaquinto.

Escolaridade
Sobre os níveis de instrução, somente 0,6% dos ocupados que não tinham ensino fundamental completo faziam trabalho remoto, utilizando equipamentos de TIC. Com ensino fundamental completo, ou médio incompleto, o percentual atingiu 1,3%. “A maior proporção estava entre aqueles com ensino superior completo: 23,5% realizavam seu trabalho dessa forma pelo menos ocasionalmente”, apontou a pesquisa.

Os empregados no setor privado sem carteira assinada (7,5%) estavam entre os grupos com menores proporções de ocupados em teletrabalho. Os que trabalhavam por conta própria alcançaram 5,7%, e os trabalhadores familiares auxiliares, 2,1%.

Rendimento
O rendimento médio da população ocupada no país ficou em R$ 2.714 no ano passado, mas entre os que fizeram pelo menos um dia de teletrabalho no período de referência, o valor chegou a ser 2,4 vezes maior do que essa média: R$ 6.479. Na avaliação de Geaquinto, a diferença não nasce necessariamente do uso do teletrabalho. Segundo o analista, essa modalidade de trabalho inclui profissionais com salários mais altos, como gerentes e profissionais das ciências e intelectuais.

O rendimento médio mais elevado em teletrabalho foi registrado no Centro-Oeste (R$7.255), enquanto no Nordeste foi registrado o menor (R$4.820). Em todas as regiões, a média de quem era teletrabalhador foi maior do que aqueles que não eram.

 

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https://www.osul.com.br/pesquisa-do-ibge-mostra-que-95-milhoes-faziam-trabalho-remoto-em-2022-no-brasil/ Pesquisa do IBGE mostra que 9,5 milhões de pessoas faziam trabalho remoto em 2022 no Brasil 2023-10-25
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