Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de outubro de 2023
Com o aumento dos ataques aéreos e as incursões terrestres na Faixa de Gaza, parentes dos reféns estão cada vez mais preocupados com a possibilidade desses objetivos colidirem
Foto: ReproduçãoAs Forças de Defesa de Israel têm procurado assegurar ao público que podem atingir simultaneamente os dois objetivos da sua guerra contra o grupo terrorista Hamas: destruir o grupo terrorista e resgatar cerca de 230 reféns que foram sequestrados no dia 7 de outubro e estão no enclave palestino.
Mas à medida que o exército intensifica os ataques aéreos e as incursões terrestres na Faixa de Gaza, em preparação para uma invasão mais ampla, as famílias dos reféns estão cada vez mais preocupadas com a possibilidade de esses objetivos colidirem – com consequências devastadoras.
Aniquilar o grupo terrorista Hamas deve exigir uma operação terrestre de intensidade sem precedentes, com risco de ferir os reféns israelenses em Gaza. O governo de Israel não descreveu como seria uma missão de resgate.
Em um discurso televisionado no final do sábado (28), o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reconheceu a agonia das famílias dos reféns e prometeu que a sua libertação era uma parte “integrante” do esforço de guerra de Israel, junto com o seu objetivo de destruir o grupo terrorista Hamas.
Os líderes políticos do grupo terrorista Hamas estão em negociações com Egito e Catar para garantir a liberdade de pelo menos alguns civis israelenses. Quatro reféns foram libertados até agora.
A ansiedade em relação aos reféns do Hamas atingiu um pico no sábado, quando Israel intensificou a sua campanha aérea e enviou tropas para Gaza com grande poder de fogo. Multidões protestaram em frente ao Ministério da Defesa de Israel, em Tel Aviv, exigindo que Netanyahu e outras autoridades abordassem o destino dos seus entes queridos.
Netanyahu se reuniu com as famílias no sábado e prometeu “exercitar e esgotar todas as possibilidades para trazê-las para casa”. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, prometeu encontrá-los neste domingo, 29, para o que seu gabinete descreveu como a primeira reunião oficial com eles.
Em um comunicado, Gallant afirmou que o curso da guerra pode ajudar na libertação de reféns. “Há uma chance maior de que o inimigo concorde com soluções para devolver os entes queridos quando conseguirmos avançar em Gaza”, disse ele.
Protestos
“Não esperamos mais”, disse o manifestante Malki Shem-Tov, cujo filho de 21 anos, Omer, está em cativeiro em Gaza. “Queremos todos eles de volta conosco hoje. Queremos que vocês, o Gabinete, o governo, imaginem que estes são seus filhos.”
A situação dos reféns chamou a atenção do país nas últimas três semanas. A mídia israelense está repleta de histórias sobre os reféns e de entrevistas com suas famílias.
Mas todas as opções militares acarretam riscos enormes. Uma operação terrestre mais intensa pode levar a uma guerra longa no enclave palestino. Com os reféns supostamente escondidos na extensa rede de túneis do Hamas, os combates intensos levantam a perspectiva de um caos absoluto tanto para os soldados como para os reféns.