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Saúde Fechar a boca garante perda de peso? Nem sempre. Entenda o motivo

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Pesquisas ainda indicam que, quanto menos uma pessoa tenta comer, mais exposta à compulsão ela fica.

Foto: Freepik
Pesquisas ainda indicam que, quanto menos uma pessoa tenta comer, mais exposta à compulsão ela fica. (Foto: Freepik)

Jejum intermitente, low carb, paleolítica, Dukan, sem glúten ou sem lactose são algumas das dietas associadas ao emagrecimento e que, às vésperas do verão, ganham ainda mais atenção nas redes sociais. Todas têm um mesmo ponto em comum: a restrição de determinados tipos de alimentos.

Todas promovem uma redução drástica ou proibição de determinados itens. Você já tentou alguma delas e não conseguiu perder peso?

Segundo especialistas, uma das explicações para a falta de sucesso com cardápios recheados de proibições é que as pessoas não conseguem manter uma dieta restritiva a longo prazo, e a tendência é que, com a proibição de certos alimentos, tenham momentos de compulsão e comam até em quantidades maiores ao abandonar a dieta.

A restrição alimentar prolongada, de idas e vindas em dietas desse tipo, pode também podem gerar uma mudança metabólica (em relação a como o nosso corpo reage aos alimentos), fazendo com que seja mais difícil perder peso no futuro.

Dieta restritiva

Biologicamente, para perder peso é preciso comer menos do que o corpo precisa para ter energia para vivermos.

É o chamado déficit calórico. Com isso, o organismo vai usar o que há de reserva e o resultado é a perda de peso.

O que os especialistas explicam é que a conta não é tão simples. Até é possível perder peso com esse tipo de dieta, mas há grande chance de recuperar o peso e até em mais volume do que se tinha antes.

Quando se priva o corpo da quantidade de energia que ele precisa, ele não volta a gastar a mesma quantidade de calorias para o seu metabolismo.

Essa é uma reação como uma forma de poupar energia, já que ele não sabe quando vai entrar de novo em restrição. Afinal, o corpo não sabe que se está de dieta.

Como perder?

Abandonar o hábito da dieta, ainda mais nesta temporada do ano em que só se fala disso, pode não ser uma tarefa fácil. O que os especialistas dizem é que antes de buscar uma maneira de perder peso, é preciso se perguntar: por que preciso perder peso?

Se o desejo for para caber em uma roupa, ir à praia no verão, a um casamento ou formatura. Talvez, devesse se perguntar: o que há de errado com o seu corpo do dia a dia que não pode estar nesses lugares?

Então, se fazer dieta restritiva não adianta, qual a alternativa? Pesquisadores e especialistas de nutrição têm usado novas abordagens que ajudam as pessoas a entenderem como a mente funciona sobre a alimentação para fazerem às pazes com a comida.

Já parou para pensar por que você come o que você come? Ou por que você almoça em determinado horário? Ou o porquê tem fome depois do jantar?

“Vivemos em uma sociedade ansiosa e cercada de dietas e cobranças sobre o corpo. Com isso, as pessoas ficam muito desconectadas de suas percepções internas”.

“O nosso trabalho é ajudar a pessoa a entender o porquê come como come e quais as percepções sobre a comida, diz Manoela Figueiredo, nutricionista especialista em transtornos da alimentação pela USP.

Algumas dessas técnicas são o mindful eating (comer com atenção plena) e o intuitive eating (comer intuitivo).

As técnicas existem desde os anos 90 e são aplicadas em centros médicos e hospitais pelo mundo no tratamento de pessoas com transtorno alimentar, obesidade e também em quem tem uma má relação com a comida.

Uma pesquisa da Universidade Brown, nos Estados Unidos, observou 104 mulheres com sobrepeso que foram submetidas ao mindful eating.

Ao fim do estudo, com a aplicação da técnica, perceberam que a alimentação emocional e os excessos reduziram em 40%.

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