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Mundo Presidente da Rússia sanciona a retirada do país do tratado global que proíbe testes de armas nucleares

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O tratado foi assinado em 1996, depois da Guerra Fria. Na foto, o presidente russo Vladimir Putin

Foto: Reprodução
(Foto: Reprodução)

O presidente russo Vladimir Putin sancionou nesta quinta-feira (02), a saída do tratado que proíbe os testes de armas nucleares. No mês passado, ele já havia questionado o acordo ao celebrar o desenvolvimento do míssil de propulsão nuclear, considerado a arma mais estratégica de Moscou.

O parlamento entendeu o recado e passou a revogação em 20 dias. Agora, a aprovação final do presidente alimenta o temor de que a Rússia possa usar os exercícios nucleares para dissuadir o Ocidente de ajudar a Ucrânia.

O tratado foi assinado em 1996, depois da Guerra Fria. A ideia era que todos os países fossem proibidos de fazer testes com armas nucleares depois da tensão dos anos anteriores, marcados pela corrida armamentista dos EUA e Rússia, mas Washington nunca ratificou o acordo. Essa foi a justificativa de Putin para voltar atrás em meio à guerra lançada por ele contra o país vizinho.

Os defensores do tratado afirmam que o compromisso é importante porque estabelece uma norma internacional contra os testes nucleares. Os críticos, por sua vez, alegam que esse potencial nunca foi concretizado sem as ratificações de países como os Estados Unidos, China, Irã e Coreia do Norte.

Mesmo assim, o documento tem um valor simbólico: foi sancionado por 178 países, incluindo potências nucleares como Reino Unido, França e até então a Rússia, que ratificou o tratado em 2000, já sob o governo Vladimir Putin.

No início do mês passado, Putin sugeriu que a Rússia poderia “espelhar a posição americana”. Na ocasião, ele anunciou que o país concluiu “com sucesso” os testes do míssil Burevestnik, que pode ser carregado com ogivas nucleares e tem sido anunciado há cinco anos como a arma mais estratégica da Rússia. Segundo Moscou, o míssil seria capaz de façanhas como percorrer distâncias ilimitadas, mas analistas veem a propaganda com certo ceticismo.

A capacidade nuclear da Rússia tem sido alardeada desde o início da guerra na Ucrânia, com repetidas ameaças de altos funcionários do Kremlin. Na semana passada, o presidente russo supervisionou exercícios com mísseis balísticos, que seriam uma preparação para um “ataque nuclear maciço” de retaliação.

O temor é que Moscou possa retomar os testes nucleares para dissuadir o Ocidente de mandar mais armas para a Ucrânia, que já enfrenta certa fadiga da guerra entre aliados importantes.

Conselheiros russos já disseram que Moscou deveria adotar uma retórica ainda mais agressiva sobre as armas nucleares. Vladimir Putin, por sua vez, rejeitou a ideia de reformular a doutrina de defesa russa e disse que ainda não decidiu se vai, de fato, retomar os testes com armas nucleares.

No mês passado, o número dois do Ministério das Relações Exteriores, Sergei Riabkov, declarou que os exercícios nucleares só serão retomados se os Estados Unidos derem esse passo primeiro.

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