Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de novembro de 2023
A notícia de que o PT poderá lançar candidato próprio à Presidência da Câmara dos Deputados em 2025 renovou as especulações sobre o sucessor de Arthur Lira. Parece apenas uma preocupação distante, mas a disputa pelo comando no Congresso – Câmara e Senado – será crucial para a segunda metade do mandato de Lula.
O cenário da Câmara, por ora, é bastante diferente do cenário do Senado. Na Câmara, o movimento mais importante caberá ao próprio Lira; no Senado, a bola parece estar com o governo. Em ambos os casos, o governo precisa ter cuidado para não jogar a presidência no colo da oposição, hoje isolada e com pouca capacidade de obstrução. Se fizer os movimentos certos, o governo poderá manter boa relação com a presidência de ambas as casas, facilitando a aprovação de leis de seu interesse no período pré-eleitoral.
Na Câmara, há uma grande expectativa com relação ao nome que será apoiado pelo próprio Lira. Qualquer candidato que conte com o seu endosso estará bem posicionado para consolidar uma ampla frente e eleger-se com facilidade, com votos do governo e da oposição. Hoje, o nome mais citado entre deputados é o de Elmar Nascimento.
Esse cenário, porém, parte da premissa de que Lira sinalizará com clareza quem será o seu candidato. Isso não aconteceu na última sucessão, quando Rodrigo Maia manteve vários nomes na disputa, tentando equilibrar diferentes interesses.
Enquanto isso, Lira se uniu ao governo Bolsonaro, consolidou seu grupo, e chegou à Presidência. Se Lira falhar em apontar claramente um sucessor, tornará o cenário mais imprevisível, permitindo ao governo, ou à oposição, construir candidaturas alternativas.
Senado
No Senado, não há dúvida de que o candidato apoiado por Rodrigo Pacheco será Davi Alcolumbre. Isso, porém, desagrada ao MDB, que já indica que tentará voltar à cadeira que ocupou por tantos anos. Isso colocará o governo em diante de uma decisão difícil.
O MDB tem aliados mais antigos de Lula, como Renan Calheiros e Eduardo Braga, mas esses nomes correm risco de serem derrotados por uma candidatura de Alcolumbre, caso ele busque votos na oposição.
O governo pode optar por uma campanha segura, apoiando Alcolumbre para que a oposição siga enfraquecida; mas terá que lidar com a insatisfação de importantes aliados no MDB, especialmente se Lira, rival de Renan, garantir posição de influência na segunda metade do mandato de Lula.