Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de novembro de 2023
Uma criança é morta a cada 10 minutos, em média, na Faixa de Gaza, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao Conselho de Segurança da ONU. Ele alertou: “nenhum lugar e ninguém está seguro”.
Tedros Adhanom disse que metade dos 36 hospitais de Gaza e dois terços dos seus centros de saúde primários não estão funcionando, e os que estão, operam muito além de suas capacidades. O diretor relata que o sistema de saúde está “de joelhos”.
“Corredores de hospitais abarrotados de feridos, doentes, moribundos. Necrotérios lotados. Cirurgias sem anestesia. Dezenas de milhares de pessoas deslocadas se abrigando em hospitais”, disse Tedros ao conselho de 15 membros.
Após ataque do Hamas em 7 de outubro ao sul do território israelense, Israel prometeu acabar com o grupo palestino que governa a Faixa de Gaza. Na ofensiva do Hamas, militantes mataram cerca de 1,2 mil pessoas e fizeram mais de 240 reféns. Depois disso, Israel tem atacado Gaza – um enclave de 2,3 milhões de pessoas – pelo ar, imposto um cerco e lançado uma invasão terrestre.
“Em média, uma criança é morta a cada 10 minutos em Gaza”, alertou Tedros.
Desde 7 de outubro, a OMS verificou mais de 250 ataques aos cuidados de saúde em Gaza e na Cisjordânia, enquanto houve 25 ataques a instalações de saúde em Israel, segundo Tedros. Israel diz que o Hamas esconde armas em túneis sob hospitais, acusações que o Hamas nega.
O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, disse ao Conselho de Segurança que Israel criou uma força-tarefa para estabelecer hospitais no sul de Gaza.
Em 12 de Outubro, Israel ordenou que cerca de 1,1 milhão de pessoas em Gaza se deslocassem para sul antes da sua invasão terrestre.
Mortes totais
A guerra entre Israel e palestinos já ceifou mais de 12.400 vidas, tanto do lado palestino quanto israelense, de acordo com dados divulgados pelas autoridades de saúde de ambos os lados na sexta-feira (10).
O departamento de saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo grupo radical islâmico Hamas, revelou na sexta-feira um número de mortes de 11.078 pessoas desde o início do conflito. Além disso, a Cisjordânia relatou 183 mortes.
Israel revisou e diminuiu o número de mortos no ataque do Hamas em 7 de outubro, para cerca de 1.200, ante uma estimativa anterior do governo de 1.400.
De acordo com um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, a revisão foi feita devido ao fato de haver muitos corpos não identificados e Israel acreditar que alguns dos mortos eram combatentes do Hamas, e não israelenses.
O lado palestino disse na sexta-feira que o exército israelense lançou ataques a vários hospitais na Faixa de Gaza naquele dia, matando dezenas de palestinos.