Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
23°
Fair

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Entenda o que muda na pensão e na divisão de bens com a nova regra do divórcio, após decisão do Supremo; veja perguntas e respostas

Compartilhe esta notícia:

A efetivação do divórcio deixou de ter qualquer requisito, a não ser a vontade dos cônjuges. (Foto: Getty Images)

O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que as normas do Código Civil que tratam da separação judicial dos casais perderam a validade com a entrada em vigor da Emenda Constitucional (EC) 66/2010. Segundo a decisão, depois que essa exigência foi retirada da Constituição Federal, a efetivação do divórcio deixou de ter qualquer requisito, a não ser a vontade dos cônjuges.

Após a decisão, muitos casais começaram a se questionar sobre como ficam seus processos de divórcio e separação, além do pagamento de pensão alimentícia e divisão dos bens da família. Para especialistas, o processo foi simplificado, o que pode agilizar a formalização do divórcio. Além disso, a decisão sepulta esqueletos jurídicos até os dias de hoje utilizados em processos judiciais, como o argumento de que a infidelidade de uma das partes poderia determinar o não pagamento de pensão.

O Recurso Extraordinário analisado pelo Supremo contestava uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que decretou o divórcio sem que tenha havido a separação prévia do casal. Segundo o TJ-RJ, a emenda constitucional de 2010 afastou essa exigência, bastando manifestar a vontade de romper o vínculo conjugal. No recurso ao Supremo, um dos cônjuges alegava que a alteração constitucional não afasta as regras do Código Civil.

Prevaleceu o entendimento do relator, ministro Luiz Fux, no sentido de que a alteração constitucional simplificou o rompimento do vínculo matrimonial e eliminou as condições prévias.

“A decisão não altera qualquer requisito para o pagamento de pensão e também não muda os critérios para a partilha dos bens, apenas agiliza o procedimento do divórcio que pode ser feito mais rapidamente”, ressalta advogada Suzana Castenau, sócia do escritório Donelli, Abreu Sodré e Nicolai Advogados.

Separação prévia

O texto original da Constituição previu a dissolução do casamento civil pelo divórcio, mas exigia a separação judicial prévia por mais de um ano ou a comprovação da separação de fato por mais de dois anos. A Emenda Constitucional (EC) 66/2010 suprimiu a exigência, porém não houve alteração no Código Civil no mesmo sentido.

Na decisão, o Supremo entendeu que, com a alteração do texto constitucional, a separação judicial deixou de ser uma das formas de dissolução do casamento, independentemente de as normas sobre o tema terem permanecido no Código Civil.

Desde a mudança na Constituição de 2010, a separação prévia não vem sendo exigida. O texto do Código Civil prevê, por exemplo, que o casal poderá converter a separação em divórcio um ano após ela ter se tornado definitiva, por decisão judicial.

Veja perguntas e respostas:

1. Como fica o divórcio?

Antes o divórcio só era possível após 1 ano de efetivada a separação (promulgada pelo juiz ou cartório) ou após 2 anos do fim da união, explica a advogada Suzana Castelnau, sócia do escritório Donelli, Abreu Sodré e Nicolai Advogados. Segundo ela, desde 2010, os casais já não aguardava este prazo e esta decisão apenas consolidou o que já ocorria na prática. Agora, não é mais necessário qualquer procedimento prévio.

2. Estado civil: Segundo a decisão do STF, o estado civil das pessoas que atualmente estão separadas, por decisão judicial ou por escritura pública, permanece o mesmo.

3. O que muda com a decisão?

De acordo com Mariana Barsaglia Pimentel, advogada da área de Direito de Família e Sucessões do Medina Guimarães Advogados, a decisão do Supremo “extirpa, definitivamente, as discussões sobre a “culpa” pelo fim da relação conjugal”. Não obstante este seja um cenário que vinha se consolidando desde 2010 (em razão da Emenda Constitucional n. 66/2010), a decisão coloca pá de cal no assunto.

4. Como fica a pensão?

A advogada Mariana Barsaglia Pimentel explica que, com o entendimento do Supremo, são destituídas teses sobre a possibilidade de perda de pensão alimentícia em razão da quebra dos deveres conjugais (como o de fidelidade, por exemplo).

5. E a divisão de bens do casal?

Por outro lado, a divisão dos bens seguirá as regras sobre os regimes de bens dos cônjuges, de modo que a decisão do STF não interfere na divisão previamente acordada no casamento civil.

6. Qual é a regra sobre a contagem do fim da união para efeito de partilha de bens e pagamento de pensão?

Em se tratando dos aspectos patrimoniais, pagamento de pensão e partilha de bens, o marco temporal para delimitar as questões referentes à partilha e alimentos (pagamento de pensão) continua sendo a data da separação de fato do casal, diz Maria Stella Torres Costa, advogada do Contencioso Civil, Família e Sucessões, sócia do escritório Greco, Canedo e Costa Advogados.

Segundo ela, a data da separação de fato pode ser a da separação de corpos ou qualquer data a partir da qual houver a ruptura do vínculo do casal. Às vezes, segundo ela, as pessoas estão ainda morando na mesma casa mas existe consenso de que já não têm comunhão de vida, corpos, e propósitos.

tags: em foco

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Vacina contra a chikungunya induz resposta imune em 98,8% dos vacinados, informa estudo
Lula vai recepcionar brasileiros repatriados da Faixa de Gaza na noite desta segunda-feira
https://www.osul.com.br/entenda-o-que-muda-na-pensao-e-na-divisao-de-bens-com-a-nova-regra-do-divorcio/ Entenda o que muda na pensão e na divisão de bens com a nova regra do divórcio, após decisão do Supremo; veja perguntas e respostas 2023-11-13
Deixe seu comentário
Pode te interessar