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Brasil Instabilidade interdita estrutura em Mariana; desastre ambiental em 2015 deixou 19 mortos na região mineira

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Nos documentos, a agência classifica a situação das estruturas como em 'risco iminente'

Foto: Reprodução
Nos documentos, a agência classifica a situação das estruturas como em 'risco iminente' (Foto: Reprodução)

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abriu inquérito para apurar a interdição de três estruturas da Vale pela Agência Nacional de Mineração (ANM) na cidade de Mariana (MG), na última sexta-feira (10). O fechamento foi determinado devido a problemas de estabilidade.

De acordo com a ANM, três estruturas foram interditadas após detecção de problemas na estabilidade física e nos sistemas de drenagem. São elas: Pilhas de Estéril (PDE) Permanente I; Permanente II; União Vertente Santa Rita, na Mina da Fábrica Nova.

Nos documentos, a agência classifica a condição das estruturas como “risco iminente”. Estima-se que 295 pessoas residam na área situada abaixo das barragens, correndo o risco de serem afetadas em caso de acidente ou rompimento — essa região é conhecida como zona de autossalvamento (ZAS). Essa população reside no distrito de Santa Rita Durão.

Conforme informado pela ANM, essas questões na estrutura podem resultar em incidentes semelhantes ao ocorrido no dique da Mina Pau Branco, em Nova Lima, na Grande BH.  Em janeiro de 2022, a estrutura transbordou, resultando na dispersão de material pela BR-040.

Segundo o coronel Carlos Frederico Otoni Garcia, coordenador estadual da Defesa Civil de Minas Gerais, durante reunião virtual ocorrida na última sexta-feira (10), a onda de lama chegaria em meia-hora até parte da comunidade.

“A equipe da Defesa Civil pondera que é necessário ir ao local para verificar os equipamentos de autoproteção, as rotas e sinalizações e informa que há 123 residentes na atual mancha com tempo de chegada de onda pouco superior a 30 minutos, cabendo colocar a barragem em nível de emergência, o que será melhor avaliado na vistoria conjunta”, detalhou durante o encontro.

Na tarde desta segunda-feira (13), a Defesa Civil de Mariana, a Defesa Civil Estadual, o MPMG, a ANM e a Fundação de Meio Ambiente de Minas Gerais realizarão uma inspeção conjunta nas estruturas.

A decisão sobre a evacuação dos moradores será tomada após essa inspeção. Até o momento, todos permanecem em suas residências. O laudo, elaborado por uma empresa terceirizada em 2020 e protocolado em setembro deste ano, será revisado pelas instituições para verificar a condição atual da estrutura. Para retomar as operações, a Vale precisará apresentar um novo laudo de estabilidade às autoridades fiscalizadoras.

Em comunicado, a Vale confirmou a interdição e afirmou que acompanhará as inspeções agendadas para esta segunda-feira. A empresa ressaltou que “as estruturas geotécnicas da companhia são regularmente vistoriadas pela agência reguladora e monitoradas continuamente por uma equipe técnica especializada”.

Em 5 de novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, deixou 19 pessoas mortas, devastou o Rio Doce e atingiu cidades mineiras e capixabas. A lama tóxica da Samarco percorreu cerca de 600 km, atingiu o Rio Doce, comprometeu o abastecimento de água em diversas localidades, matou várias espécies de peixes e chegou ao Oceano Atlântico.

 

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