Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de novembro de 2023
Ano deve terminar com 4 milhões de aparelhos vendidos no Brasil para residências e pequenas empresas
Foto: DivulgaçãoO interesse do consumidor em adquirir um ar-condicionado para casa está aumentando na mesma proporção das elevações da temperatura em grande parte do País. No segundo semestre, as vendas desses aparelhos já registraram um crescimento de 38% em comparação com o ano anterior. O dado é da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).
Isso, também se deve, a grande onda de calor registrada no Brasil. Nessa terça-feira (14), quatro capitais registraram temperaturas acima dos 39º C, e os efeitos da onda de calor não aparecem só nos termômetros. Pelo segundo dia consecutivo, a demanda por energia elétrica bateu recorde no Brasil. O consumo ultrapassou 101 mil megawatts, superando os mais de 100 mil megawatts registrados na segunda (13) pelo ONS, o Operador Nacional do Sistema Elétrico.
Segundo Toríbio Rolon, presidente do departamento de comércio e distribuição da entidade, 2023 deve terminar com a venda de 4 milhões de aparelhos. Se confirmado, a demanda indica forte recuperação de dois dígitos na comparação com 2022, quando as vendas foram prejudicadas especialmente pelo juro elevado.
A alta das vendas acontece desde o primeiro semestre, quando a procura aumentou 25% na comparação com igual período do ano anterior. Nesse período, foram vendidos 1,483 milhão de aparelhos do tipo “split” – o mais comum nas residências e no comércio.
E o consumidor que busca se refrescar com o ar-condicionado vai ter de desembolsar mais para comprar o aparelho. Dados do IBGE mostram que nos últimos meses o preço no varejo subiu quase 10%.
Só em outubro a alta de preços chegou a 6,09%, o segundo maior aumento entre os itens não alimentícios medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que faz a pesquisa da inflação, explica a alta de preços por dois motivos: o aumento da demanda e a redução da oferta.
A mesma mudança climática que explica o maior interesse do consumidor pelo ar-condicionado também é a razão da queda na oferta no mercado. Com a seca, o nível dos rios no Amazonas diminuiu para o menor patamar em décadas. Isso tem prejudicado o transporte fluvial na região – o que parte fundamental para a logística das fabricantes de ar-condicionado que estão concentrados na Zona Franca de Manaus. Pelos rios, chegam as peças e componentes para a montagem dos aparelhos. E pelos mesmos rios, saem os equipamentos prontos para o varejo.