Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de novembro de 2023
Uma supertempestade solar ameaça deixar o planeta sem internet durante meses em 2024. De acordo com o professor Peter Becker, da Universidade George Mason no Estado norte-americano da Virgínia, responsável por desenvolver sistemas de alerta sobre atividades solares, há chances de um “apocalipse da internet” no ano que vem.
Para quem não sabe, a supertempestade solar consiste no efeito de explosões solares que provocam alterações no campo magnético. Ele explica que a razão para esse fenômeno é o fato de a rede ter atingido sua maioridade em uma época na qual o Sol estava “relativamente calmo”, mas agora entra em “uma época mais ativa”.
Estudos iniciais apontavam que esse evento deveria acontecer em julho de 2025, contudo, o cientista aponta que a fase mais intensa da tempestade será ano que vem. Becker também destaca que essa é a primeira vez a história que houve uma convergência entre o aumento da atividade solar com dependência da internet pelo ser humano.
Becker, em entrevista à rede Fox News, mencionou que um evento como o que está prestes a acontecer já foi registrado em 1859 – obviamente quando não havia nem mesmo comunicação via rádio.
Ele teme que agora as consequências deste evento sejam mais críticas, visto que a população mundial vive em um planeta intensamente conectado. “Os impactos deverão ser sentidos na rede elétrica, satélites, sistemas de orientação por GPS e equipamentos de comunicação”, prevê.
Além da projeção para o próximo ano, Becker destaca que o ciclo solar pode atingir seu pico no mesmo período. Também há 10% de chance de que a partir de 2030 uma supertempestade possa acabar novamente com a web.
Mobilização
Becker integra um grupo do Laboratório de Pesquisa Naval dedicado ao desenvolvimento de um sistema para alertar as pessoas pelo menos 18 horas antes que as partículas da supertempestade comecem a afetar a Terra.
Quando isso acontece, o fenômeno é acompanhado de grandes erupções de gás ionizado, gerados na coroa solar. No momento em que esse gás chega ao campo magnético da Terra, o contato pode resultar em tempestades geomagnéticas, que impactam o funcionamento dos meios de comunicação e estações elétricas.
Becker prevê a possibilidade de interrupção do campo magnético entre 18 e 24 horas. Durante esse período, os aparelhos eletrônicos devem ser desligados, para evitar grandes problemas.
“Há coisas que podem ser feitas para mitigar o problema, e o alerta é um deles. No longo prazo, estamos falando sobre um fortalecimento da internet, o que é um desafio econômico, e o projeto funcionaria como uma apólice de seguro. Você pode nunca precisar isso, e custaria trilhões para realmente fortalecer o sistema”, sublinha.