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Por Redação O Sul | 25 de novembro de 2023
A busca constante pela cura de doenças degenerativas como o Mal de Alzheimer continua sendo foco de pesquisas no mundo todo, e no Brasil não poderia ser diferente. Um projeto de pesquisa internacional para o desenvolvimento de produtos medicinais utilizando o Guanandi (Calophyllum brasiliense) – árvore brasileira usada na confecção de canoas, construção civil, marcenaria e carpintaria – acaba de ser aprovado. As folhas também são popularmente utilizadas no tratamento de dores, inflamações e outras patologias.
O projeto, que já foi aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), será uma cooperação entre a Universidade do Vale do Itajaí (Univali), de Santa Catarina, e a pesquisadora So-Young Park, da Dankook University, da Coreia do Sul. É, ainda, apoiado pela ACAFE (Associação Catarinense das Fundações Educacionais) que une as IES de Santa Catarina que têm como missão desenvolver e promover o ensino, a ciência, a tecnologia e a inovação pelo compartilhamento de ações e competências para assegurar o fortalecimento da educação no Estado.
Os estudos contarão com nove pesquisadores do curso de Farmácia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Univali atuando no desenvolvimento da otimização dos métodos de extração, técnicas de concentração, padronização de materiais e aquisição de dados de segurança. Já a equipe da Coreia do Sul irá investigar se a planta tem efeitos sobre outras doenças causadas por inflamação, como as Inflamatórias Intestinais e a Pulmonar Obstrutiva Crônica, por exemplo.
O reitor da Univali, professor Valdir Cechinel Filho, é o coordenador do projeto. Além do professor e da pesquisadora sul-coreana So-Young Park, o grupo é formado pelos pesquisadores: Guilherme Moreschi Gerhardt, José Roberto Santin, Larissa Benvenutti, Luiz Carlos Klein Júnior, Nara Lins Meira Quintão, Otto Mauricio Santos Gerlach, Rivaldo Niero e Ruth Meri Lucinda da Silva.
Experimentos em conjunto
Cechinel conta que o estudo será realizado por meio de experimentos in vitro e terá sua funcionalidade validada por experimentos in vivo com animais. Os resultados anteriores confirmaram que o extrato obtido das folhas de Guanandi exibe pronunciados efeitos anti-inflamatórios em diferentes modelos experimentais, relacionados a alguns princípios ativos como flavonoides, por exemplo. “No entanto, faltam estudos que comprovem as aplicações da planta e a pesquisa visa estabelecer bases para o desenvolvimento de produtos farmacêuticos ou suplementos”, explica o professor.
Para ser desenvolvido, o projeto vai receber cerca de R$350 mil de investimento nos estudos, experimentos e bolsas de pesquisa, que serão realizados nas duas instituições: a Univali inicialmente, com a preparação do material, e a universidade da Coreia do Sul, com os testes farmacológicos. Haverá, ainda, a mobilidade de pesquisadores para ambos os países com estudos desenvolvidos em conjunto.
Essa nova etapa do projeto é baseada nos estudos já realizados previamente. Por isso, os pesquisadores estimam que os primeiros resultados da nova pesquisa já devem surgir em alguns meses. “Iniciaremos os estudos com o extrato bruto e frações/princípios ativos e depois iremos estabelecer um extrato padronizado para dar continuidade nos estudos pormenorizados”, complementa o professor Cechinel.
A Coreia do Sul é um grande expoente em pesquisa de ponta com viés de inovação e estamos com grandes expectativas para o desenvolvimento deste trabalho colaborativo”, complementa Cechinel.
Sobre as expectativas, Cechinel está confiante, “os estudos ainda ainda preliminares, tanto no âmbito fitoquímico como farmacológico, mas já podemos indicar um possível potencial terapêutico contra processos inflamatórios e dolorosos relacionados com a presença de flavonoides, xantonas e cumarinas”.