Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Variedades Artistas como Paul McCartney, U2 e Rolling Stones mostram que o pop não é só território jovem

Compartilhe esta notícia:

Turnês lotadas como a do ex-Beatle e a dos Titãs e a liderança da primeira-dama do country Dolly Parton nas paradas apontam que veteranos têm espaço na cena contemporânea. (Foto: Reprodução)

Na década em que os millenials começam a entrar na meia-idade, boa parte dos artistas bem-sucedidos de gerações anteriores, como os boomers (nascidos nos anos 1940 e 1950) e a geração X (nascidos nos anos 1960 e 1970), resiste à ideia da aposentadoria, com a bênção do tilintar das caixas registradoras.

Entre alguns exemplos recentes estão a bem-sucedida turnê de reencontro dos Titãs pelo país; o sucesso comercial dos irlandeses do U2 na Sphere Arena, em Las Vegas, com temporada prorrogada até fevereiro; o novo álbum dos Rolling Stones, “Hackney diamonds”, que aparece no “Top 10” da Billboard. A mesma revista atesta a liderança absoluta da primeira-dama do country Dolly Parton, aos 77 anos, em três playlists: “Álbum mais vendido nos EUA”, “Top country” e “Top rock-alternative”.

Sem falar, é claro, no burburinho em torno de “Now and then”, faixa inédita dos Beatles, finalizada por Ringo Star e pelo incansável Paul McCartney, que está em turnê pelo Brasil. Parece que os veteranos estão dispostos a desafiar a crença de que a juventude seria um ingrediente fundamental para o sucesso comercial no mundo pop.

“Eu entendo essa crença”, diz a experiente Fernanda Abreu. “É que o pop sempre foi visto como algo efêmero, descartável, e por isso talvez tenha essa conexão com a juventude. Mas o artista não se importa com isso, contanto que esteja conectado ao mundo em que vive”, afirma a cantora que, além dos próprios shows, também tem rodado o País como vocalista do show “Rita Lee por Beto Lee in concert”, cantando sucessos da rainha brasileira do rock.

Fernanda tem autoridade no assunto. O pop-dançante brasileiro da garota suingue-sangue-bom começou em 1990 com “SLA radical dance disco club”, pouco depois de deixar a banda Blitz, um dos maiores fenômenos musicais no País.

“Além disso, tenho referências artísticas em várias áreas, cinema, teatro, literatura, e a idade nunca é um fator que eu leve em consideração”, argumenta a “garota sangue-bom”.

Falando em cinema, o britânico The Guardian publicou, em novembro, um artigo no qual comentava os possíveis motivos para o sucesso dos vídeos do diretor americano Martin Scorsese no TikTok, a rede social preferida das gerações Z (nascidos entre os anos 1995 e 2010) e Alpha (nascidos a partir de 2010). O realizador de “Assassinos da Lua das Flores”, atualmente em cartaz e com grandes chances de indicação ao Oscar de melhor filme de 2024, tem feito participações especiais memoráveis no perfil de sua filha, a atriz Francesca Scorsese.

A popularidade de Scorsese na rede acontece a despeito das críticas contundentes do octogenário ao mercado audiovisual contemporâneo. O diretor tem dito, por exemplo, que “os filmes da Marvel não são cinema”. Ao New York Times, o realizador explicou que ele “entende por cinema as obras que trazem o inesperado, e não há nada de inesperado nos filmes de super-heróis”. Um debate delicado que não parece ter arranhado a popularidade do poderoso chefão da sétima arte. Especialmente entre o público mais jovem.

A jornalista Mariza Tavares, autora dos livros “Longevidade no cotidiano” (2020) e “Menopausa” (2022), afirma que as gerações de Jagger e Scorsese, ou de Bono e Fernanda Abreu, não estão a fim de sair de cena tão cedo. E por que deveriam?

“O (ensaísta alemão) Frank Schirrmacher escreveu, em 2004, um livro com um título bem divertido: ‘O complô de Matusalém’. Na obra, ele argumentava que todas as culturas conheciam a juventude, mas poucas conheceram a velhice, uma experiência que se restringia a uma minoria. Agora a exceção se tornou a regra, e eu chamaria isso de uma revolução”, diz Mariza, que também aponta um fenômeno contemporâneo. “É curioso que o culto à juventude que pauta a indústria cultural tenha sido moldado pelas mãos desses mesmos indivíduos que agora se encontram na velhice. Por isso, também cabe a esse grupo estar na linha de frente para combater o etarismo, ou idadismo. Nada melhor que o convívio entre gerações para derrubar estereótipos”, diz.

tags: Você Viu?

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Variedades

Idosos que cuidam de cachorro têm risco 40% menor de demência, mostra estudo; entenda
Gemini x ChatGPT: saiba as diferenças entre os sistemas de inteligência artificial do Google e OpenAI
https://www.osul.com.br/artistas-como-paul-mccartney-u2-e-rolling-stones-mostram-que-o-pop-nao-e-so-territorio-jovem/ Artistas como Paul McCartney, U2 e Rolling Stones mostram que o pop não é só território jovem 2023-12-10
Deixe seu comentário
Pode te interessar