Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2023
Fotos das residências oficiais de Arthur Lira (E) e Rodrigo Pacheco (D) foram encontradas em celulares apreendidos durante investigação
Foto: Agência BrasilAs residências oficiais dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foram monitoradas pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) por pelo menos três meses. Fotos das duas casas foram encontradas em celulares apreendidos durante a investigação.
Um relatório de inteligência do Ministério Público de São Paulo aponta que o grupo montou uma operação, batizada de Missão Brasília, para levantar endereços dos políticos. Os bandidos vigiavam horários e até mesmo a quantidade de seguranças.
Anotações mostram que, de maio a julho deste ano, a facção gastou cerca de R$ 2,5 mil por mês com o aluguel de uma casa na capital federal. O local serviu de base para os criminosos. O bando também teria gastado R$ 4 mil com transporte por aplicativo, durante 15 dias, para “correr atrás de terreno para compra”, além de R$ 44 mil em gastos como compra de aparelhos celulares, seguro, IPTU, alimentação, mobília e aquisição de eletroeletrônicos.
Na semana passada, o promotor Lincoln Gakiya se reuniu com a cúpula do Sistema Penitenciário Federal em Brasília. O encontro ocorreu na Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A pasta é responsável pelos cinco presídios federais do Brasil, que abrigam as lideranças da facção paulista. O promotor é apontado como um dos alvos antigos da facção paulista por atuar no combate ao crime organizado.
No fim de novembro, o governo federal reforçou a segurança dos policiais penais e dos presídios federais após encontrar ameaças da facção em relação a ataques e mortes contra agentes.
Um documento em nome do secretário nacional de Políticas Penais, Rafael Velasco, foi enviado para agentes que trabalham nos cinco presídios federais do Brasil, com atenção especial para as penitenciárias de Brasília e de Campo Grande (MS).
O ofício informou sobre as ameaças de facções criminosas contra agentes e planos de resgate de lideranças criminosas, como Marcola. O documento pediu que todos “redobrem a atenção” e “não baixem a guarda”. O presídio de Brasília também teve reforço de 50 policiais.
Nesta quinta-feira (14), a Polícia Federal e o Ministério Público paulista cumpriram três mandados de prisão e 16 de busca e apreensão contra a célula do PCC conhecida como Sintonia Restrita, que é responsável pela Missão Brasília, que tinha como alvo autoridades.