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Política Sergio Moro, Bolsonaro e Gleisi Hoffmann: fotos de telas de celular expuseram conversas de políticos

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O caso de Moro aconteceu minutos após Flávio Dino ter o nome aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. (Foto: Reprodução)

O senador Sergio Moro (União – PR), que teve uma troca de mensagens sobre seu voto a respeito da indicação do ministro Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF) exposta nessa quarta-feira (13), não foi o primeiro político com conversas divulgadas após flagras. Nomes como o ex-presidente Jair Bolsonaro, a presidente do Partido dos Trabalhadores e do senador Ciro Nogueira (PP-PI) foram alguns dos que tiveram suas intimidades expostas.

O caso de Moro aconteceu minutos após Flávio Dino ter o nome aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o senador recebeu uma mensagem em seu celular o alertando que o “coro está comendo nas redes”. O interlocutor, identificado como ‘Mestrão’ e que na verdade é seu assessor parlamentar Rafael Travassos Magalhães, dizia na sequência para ele “ficar frio”, mas que não poderia ter vídeo do parlamentar declarando voto favorável ao ministro de Lula.

A mensagem foi enviada após uma imagem de Moro abraçando Dino durante a sabatina repercutir nas redes sociais. O senador, que é oposição ao governo, não declarou seu voto contra Dino, o que lhe rendeu críticas.

Relembre outros casos:

Jair Bolsonaro

O ex-presidente teve suas conversas expostas mais de uma vez. Quando ainda era deputado federal, ele foi flagrado brigando com o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também parlamentar, por ter faltado à sessão que iria escolher o então presidente da Casa. Na época, em 2017, Bolsonaro foi um dos candidatos. Em uma das mensagens da foto publicada pelo fotógrafo Lula Marques no Facebook, Jair dizia: “Não vou te visitar na Papuda”.

Depois a repercussão do caso, os dois gravaram um vídeo onde justificavam o episódio. Segundo Jair Bolsonaro, as mensagens eram um “sermão” que estava passando ao “seu garoto” por ter faltado à sessão. Ele explica que naquele dia o filho estava na Austrália e que por conta de uma situação ocorrida em uma outra viagem de Eduardo aos Estados Unidos, em que ele havia dito que iria comprar um fuzil para o pai, enviou a mensagem: “continue comprando suas besteiras por aí, que eu não vou te visitar na Papuda”.

“Lógico que ele não é maluco de comprar e eu de receber. E como ele ia entrar com um fuzil no Brasil? Isso se chama invasão de privacidade. Eu estava em um diálogo com o meu filho. O linguajar empregado não compete a ninguém questioná-lo. Pra mim, sempre que necessário, vou dar bronca nele”, diz Jair Bolsonaro no vídeo.

Eduardo admite que confundiu o dia da eleição para a presidência da Câmara e que terá o salário descontado pela falta.

“Na realidade, foi um erro meu. Me confundi. O voto não foi decisivo na eleição da Câmara. Vou ter o meu salário justamente descontado. O interessante é que se faz um carnaval como se eu estivesse correndo risco de ir para a Papuda. Estão aí os fatos para vocês conhecerem. Toda a oportunidade que tiverem de nos denegrir vão usar”, finaliza Eduardo.

O ex-presidente foi flagrado também pelo O Estado de S. Paulo articulando para tentar sabotar uma votação no Senado, mas falhou. Já neste ano, por mensagem, ele tentou convencer um senador que já foi seu aliado a não aprovar a reforma tributária, tema de interesse do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Trad, você amanhã será decisivo para derrotarmos a reforma tributária”, disse o contato “JMB”, mesmas iniciais do nome completo de Jair Messias Bolsonaro. As mensagens de texto foram flagradas pelo Estadão no plenário do Senado, durante a votação da reforma, no celular do parlamentar.

Gleisi Hoffmann

A tela do celular da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi flagrada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Na tela aparecia uma mensagem de Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP). No texto, ele chamavas as escolhas do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para o Conselho de Administração (CA) da Petrobras de “perigosas”.

Ainda na conversa, David Bacelar, que já foi membro do Conselho de Administração da Petrobras, pediu ajuda para um encontro com Lula. A mensagem dizia que quatro indicações para o colegiado da estatal seriam “nomes ligados ao bolsonarismo, ao mercado financeiro e a favor de privatizações”.

Ciro Nogueira

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro, teve a tela de seu celular flagrada por foto da Folha de S.Paulo. Na imagem, surgem mensagens de um grupo intitulado “Ministros de Bolsonaro” e foi possível identificar que o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, escreve que os ataques do 8 de janeiro “ajudaram o Governo Lula”. A fala foi apoiada pelo ex-titular da Economia, Paulo Guedes, que aparece enviando uma mensagem com a palavra “sim” ao final do texto.

“Não houve a percepção do que foi feito no país. Ter esses resultados econômicos durante um colapso no país decorrente da pandemia é um milagre. Agora, tudo o que foi feito vai por água abaixo pela ação de um grupo de radicais. O governo lulopetista havia cometido vários erros na primeira semana, mas a ação desses vândalos acaba por ajudar o governo”, dizia a mensagem de Queiroga.

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