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Geral A Suécia deixou de ser um país seguro

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Polícia patrulha as ruas depois que um homem foi morto a tiros em setembro em um subúrbio ao sul de Estocolmo. (Foto: Reprodução)

Os tiroteios e atentados a bomba que assolaram as maiores cidades da Suécia se espalharam para subúrbios e cidades mais tranquilas, abalando a reputação do país como uma nação segura e pacífica.

Meia hora ao norte do centro de Estocolmo, Upplands-Bro tem clubes náuticos à beira do lago, vilas de madeira vermelho-cobre e apartamentos ladeados por pinheiros.

Mas um rapaz de 14 anos foi encontrado morto numa floresta em agosto, e desde janeiro têm havido vários tiroteios e ataques contra casas e apartamentos.

“É horrível. Fomos acordados por explosões na vizinhança e é assustador”, diz Anna Petterson, de 42 anos, que mora em Bro e tem três filhos. “É algo de que estamos cientes, falamos muito e temos medo.”

A Suécia tem sido um centro europeu de tiroteios e atentados a bomba relacionados com gangues há vários anos.

Mas, recentemente, a violência se deslocou para fora das áreas urbanas vulneráveis e de baixa renda. A polícia afirma que uma das razões é que os membros das gangues têm cada vez mais como alvo os familiares dos rivais.

Investigadores suspeitam que parte da violência mais recente foi organizada por líderes criminosos baseados em outros países, incluindo a Turquia e a Sérvia.

Mais de 50 pessoas foram mortas em tiroteios até agora em 2023, e houve mais de 140 explosões. No ano passado, mais de 60 pessoas morreram em violência armada, o maior número já registrado.

“O que começou como violência armada entre gangues de jovens que procuravam defender o seu território transformou-se num círculo vicioso de tráfico de armas de fogo e violência armada”, explica Nils Duquet, investigador de armas de fogo do Flemish Peace Institute, em Bruxelas.

“As gangues também amadureceram. Não são mais apenas criminosos de rua, mas também estão muitas vezes ligadas a criminosos de alto escalão.”

Espectadores inocentes também estão entre os mortos.

Em setembro, um homem de 70 anos e outro de 20 anos foram mortos num tiroteio num pub em Sandviken, no centro da Suécia, e um professor recém-formado, de 24 anos, morreu numa explosão nos arredores da cidade universitária de Uppsala.

Dois homens morreram e uma mulher e outro homem ficaram feridos quando um homem armado abriu fogo neste bar lotado em Sandviken.

Pouco depois, o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, fez um raro discurso nacional, admitindo que “nenhum outro país na Europa” estava passando por esse tipo de situação. Ele prometeu penas mais duras para a violência mortal.

Evin Cetin, escritora e advogada que representou adolescentes vítimas de tiros e suspeitos, diz que meninos de 13 ou 14 anos estão sendo recrutados por gangues, muitas vezes por meio de promessas de dinheiro e roupas de grife nas redes sociais.

“As crianças usam as suas próprias malas não para carregar livros, mas carregam os mercados de droga na Suécia nos seus próprios ombros”, disse ela à BBC durante uma visita a Upplands-Bro, parte de uma visita escolar nacional a mais de uma dúzia de áreas afetadas pelo crime de gangues.

Outros estão tentando resolver o problema organizando patrulhas em áreas afetadas pelas drogas e pela violência.

“Saímos por aí conversando com nossas crianças e jovens – isso aumenta a segurança”, diz Libaane Warsame, durante uma caminhada noturna em Jarva, no norte de Estocolmo, em uma noite chuvosa e com vento forte de sexta-feira.

Jarva se parece com muitos subúrbios suecos, com blocos de apartamentos bem conservados, algumas lojas e uma floresta próxima. A principal diferença é que é mais multicultural do que muitos bairros e tem a taxa de desemprego mais elevada de Estocolmo.

Warsame começou a patrulhar as ruas depois que seu filho de 19 anos – que a polícia diz não fazer parte de uma gangue – foi morto em um tiroteio em dezembro de 2020.

“É difícil para [os jovens] ficarem sentados em casa durante horas sem qualquer renda, sem qualquer trabalho. Então, eles saem e ficam por aí e há um grande risco de serem recrutados.”

Ele também dirige uma organização que apoia famílias que perderam entes queridos para a violência armada.

Neste ano não houve nenhum tiroteio fatal em Jarva, mas muitos moradores locais dizem que continuam nervosos. “Não saio tão tarde… porque não quero deixar minha mãe preocupada”, diz Gizem Kuzucu, 17 anos.

Ela costuma passar as noites estudando no Framtidens Hus, um centro juvenil, e diz que nenhum de seus amigos teve problemas com a lei. Mas ela foi exposta ao crime nas redes sociais. “Eu vi muitos vídeos no TikTok [nos quais] as pessoas estão falando sobre crime.” As informações são da BBC News.

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https://www.osul.com.br/a-suecia-deixou-de-ser-um-pais-seguro/ A Suécia deixou de ser um país seguro 2023-12-17
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