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Ciência Como a China tem rebatido os Estados Unidos por críticas aos planos de explorar a Lua

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Um dos interesses dos cientistas americanos é em uma amostra de 1,7 quilo de rochas e poeira lunares, que foram trazidas pela China.

Foto: Divulgação
Projeto foi anunciado por Yuri Borisov, chefe da agência espacial russa Roscosmos, durante palestra para estudantes. (Foto: Divulgação)

A agência espacial chinesa (CNSA, na sigla em inglês) disse neste mês ter aberto as portas para pesquisadores de todo o mundo, incluindo os americanos, pedirem para pesquisas amostras de material coletadas em suas missões lunares. Esse convite para colaborações científicas é uma resposta a críticas abertas feitas por Washington às crescentes ambições de Pequim fora da Terra. As duas potências, que disputam espaço no campo econômico, também rivalizam na corrida espacial.

Em comunicado publicado este mês, a CNSA deu boas-vindas a candidaturas de cientistas de “vários países” para amostras, mas disse que eles devem seguir “canais apropriados e procedimentos de inscrição chineses”.

O convite surge em resposta aos comentários do embaixador dos Estados Unidos na China, Nicholas Burns. Em 12 de dezembro, o diplomata afirmou acreditar que o gigante asiático “não tem intenção de colaborar” com seu país na exploração lunar.

Mas a Emenda Wolf, lei aprovada pelo Congresso americano em 2011, proíbe a Agência Aeroespacial Americana (Nasa) de usar fundos governamentais para se envolver em cooperação bilateral direta com o governo chinês e organizações afiliadas ao país asiático.

“O que me deixa perplexo é que, embora os Estados Unidos continuem falando em cooperação, algumas pessoas, por outro lado, elogiam em grande parte a ‘Emenda Wolf’ que restringe a colaboração com a indústria espacial da China. Também disseram, em diferentes ocasiões, que a Emenda Wolf deveria se tornar permanente”, disse Xu Hongliang, porta-voz da organização chinesa.

O próprio diretor da Nasa, Bill Nelson, disse a parlamentares em audiência no Congresso neste ano que as restrições contra Pequim deveriam ser mantidas. Ele também já reforçou que o grande adversário dos Estados Unidos na corrida pelo espaço é a China, décadas depois de a União Soviética ter sido a principal antagonista nos tempos da Guerra Fria.

“Não entendo se os Estados Unidos estão brincando com as palavras ou passando (a diante) a responsabilidade”, acrescentou o porta-voz, que também ressaltou que Pequim “nunca teve qualquer documento, regulamento ou cláusula que restringe a cooperação” entre as duas nações em programa espacial.

A lei tem sido criticada por alguns especialistas. Na avaliação deles, a regra dificulta a cooperação espacial entre as duas potências, fazendo com que cada país participe de uma estação espacial diferente e é considerada prejudicial à ciência.

Segundo um relatório de 2019 feito pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, think tank com sede em Washington, a emenda Wolf não desencorajou as ambições espaciais chinesas nem mudou o comportamento da China em relação aos direitos humanos.

Um dos interesses dos cientistas americanos é em uma amostra de 1,7 quilo de rochas e poeira lunares, que foram trazidas pela China do satélite natural da Terra durante a missão Chang’e 5, de 2020. A Chang’e 5 é prevista para o ano que vem.

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