Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de dezembro de 2023
A maior prevalência de hepatite C está entre pessoas que têm idade superior a 40 anos.
Foto: Agência BrasilA secretaria municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre divulgou nesta quinta-feira (28), o boletim que traz dados epidemiológicos da incidência de hepatites virais e leptospirose em moradores da capital gaúcha.
Porto Alegre ocupa o primeiro lugar entre as capitais do País com a maior taxa de detecção da hepatite C. Ainda que tenha ocorrido um decréscimo de 53% na taxa de detecção entre os anos de 2018 e 2022, a cidade permanece ocupando o primeiro lugar entre as capitais do Brasil com mais casos novos por ano, apresentando uma taxa sete vezes maior que a média nacional.
A análise mostra uma série histórica dos últimos cinco anos (2018 a 2022) das hepatites virais. Foram 7.601 casos confirmados registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Desses, 314 (4,1%) são de hepatite A, 1.355 (17,6%) de hepatite B e 5.932 de hepatite C (78%).
As hepatites virais são doenças de notificação compulsória, o que torna obrigatório o preenchimento da ficha de notificação e investigação desse agravo. “Para elaborar um plano efetivo de eliminação das hepatites virais, a vigilância epidemiológica desempenha um papel crucial, pois os dados epidemiológicos fundamentam este planejamento”, afirma a chefe da Unidade de Vigilância Epidemiológica, Aline Vieira Medeiros.
A hepatite C é considerada uma epidemia mundial. A maior prevalência de hepatite C está entre pessoas que têm idade superior a 40 anos, sendo mais frequentemente encontrada nas regiões Sul e Sudeste. Pessoas submetidas a hemodiálise, privados de liberdade, usuários de drogas e pessoas vivendo com HIV são exemplos de populações mais vulneráveis à infecção.
A transmissão pode acontecer por:
Contato com sangue contaminado, pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos para uso de drogas (cachimbos);
Reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos ou odontológicos;
Falha de esterilização de equipamentos de manicure;
Reutilização de material para realização de tatuagem;
Procedimentos invasivos (ex.: hemodiálise, cirurgias, transfusão) sem os devidos cuidados de biossegurança;
Uso de sangue e seus derivados contaminados;
Relações sexuais sem o uso de preservativos (menos comum);
Transmissão da mãe para o filho durante a gestação ou parto (menos comum).
A hepatite C não é transmitida pelo leite materno, comida, água ou contato casual, como abraçar, beijar e compartilhar alimentos ou bebidas com uma pessoa infectada.
O documento da prefeitura de Porto Alegre traz também um perfil epidemiológico dos casos notificados e confirmados de leptospirose em 2023, além da série histórica de 2010 a 2023. Porto Alegre teve 355 casos suspeitos de leptospirose neste ano, dos quais 74 casos foram confirmados.