Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de janeiro de 2024
O desejo de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), em contar com Dorival Júnior no comando da Seleção Brasileira trouxe preocupação ao São Paulo, mas não pode ser considerado exatamente uma surpresa.
Na reapresentação para a temporada 2024, o técnico informou a diretoria do São Paulo que ainda não recebeu nenhum contato da CBF. O treinador é um dos principais nomes para assumir o lugar do agora ex-treinador da Seleção Brasileira, Fernando Diniz.
Atual bicampeão da Copa do Brasil, Dorival Júnior vem de dois trabalhos vitoriosos: pelo Flamengo, em 2022, no qual conquistou a Libertadores e a Copa do Brasil; e no próprio Tricolor, em que também conquistou a Copa do Brasil, até então um título inédito para o clube.
Além disso, o histórico vencedor em competições de mata-mata, formato no qual a Copa do Mundo é disputada, não é recente: Dorival ostenta em seu currículo uma terceira Copa do Brasil, conquistada em 2010 pelo Santos; e sete estaduais, entre eles dois Paulistas (2010 e 2016), um Gaúcho (2012) e um Paranaense (2020), estes todos disputados em jogos eliminatórios.
Paizão
Embora seja um técnico de estilo adaptável, Dorival sempre teve como marca de suas equipes a ofensividade e o gosto pelo controle do jogo através da posse de bola, características consideradas marcantes do futebol brasileiro. Em seus últimos trabalhos – inclusive no São Paulo – o treinador também mostrou preferência por organizar ataques de maior mobilidade, sem posições pré-determinadas, assim como Fernando Diniz, que comandou a Seleção nos últimos meses.
No vestiário, Dorival Júnior é visto como um “paizão” pela forma como lida cm os jogadores no dia a dia. É inegável que o discurso de Dorival para o elenco do São Paulo foi um dos principais fatores de sucesso do clube no ano. Na chegada, por exemplo, o técnico fez questão de apaziguar os ânimos após a rixa entre Rogério Ceni e Marcos Paulo, que levou à demissão do ídolo tricolor. Internamente, ainda conseguiu “plantar” a ideia de que o grupo de jogadores poderia disputar alguma final em 2023. Dito e feito.
Planejamento
Desde que o São Paulo conquistou a Copa do Brasil, em setembro de 2023, o técnico tem participado do planejamento da equipe para a atual temporada. Pediu a redução do elenco – Luan é um exemplo de jogador que deve deixar o clube por indicação de Dorival – e teve algumas sugestões de reforços atendidas, como a contratação de um atacante de velocidade (Erick, vindo do Ceará), além da permanência de jogadores-chave do time, como Rafinha e Lucas, lideranças do vestiário.
Para o São Paulo, perder um técnico experiente, vitorioso, querido pelo grupo, adaptado do dia a dia da equipe e às vésperas do pontapé inicial de uma temporada com cinco competições, entre elas a Libertadores, seria um duro golpe. Os motivos que tornam Dorival o nome ideal para a Seleção, na visão de Ednaldo, são os mesmos motivos que fazem o profissional ser tão importante no dia a dia do Tricolor. Neste caso, o desejo do treinador deve pesar no desfecho da “novela”.