Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de janeiro de 2024
Os homens mantêm pessoas como reféns e houve disparos dentro do estúdio.
Foto: Reprodução/Polícia NacionalA Polícia do Equador prendeu ao menos 13 criminosos que invadiram um estúdio da rede de televisão TC em Guayaquil nesta terça-feira (9). A invasão por homens encapuzados e armados aconteceu durante transmissão ao vivo da TC. Diversos funcionários foram rendidos e foi possível ouvir tiros e gritos ao fundo.
Uma transmissão ao vivo, que acabou sendo cortada, mostrava funcionários reunidos no chão dos estúdios enquanto pessoas armadas gesticulavam para a câmera. A escala de violência ocorre em meio aos sequestros de ao menos sete policiais e uma série de explosões.
O país vive uma crise de segurança. O presidente equatoriano, Daniel Noboa, decretou estado de exceção na segunda-feira (8), depois da fuga da prisão de um criminoso conhecido como Fito, chefe do grupo Los Choneros. O Ministério Público acusa funcionários do próprio presídio de terem facilitado a fuga.
Nesta terça, as autoridades relataram a fuga de outro criminoso: Fabricio Colón Pico, um dos líderes de Los Lobos, preso na última semana pelo crime de sequestro e por sua suposta responsabilidade em um plano para assassinar a procuradora-geral do país.
Sete policiais foram sequestrados já durante o período de estado de exceção. Os sequestros aconteceram nas cidades de Machala e Quito e na província de Los Rios.
Além dos sequestros de agentes, houve explosões na província de Esmeraldas. Várias pessoas lançaram um artefato explosivo perto de uma delegacia e dois veículos foram queimados em outros locais, sem deixar vítimas.
Em Quito, um veículo explodiu e um dispositivo foi detonado perto de uma ponte de pedestres. O prefeito Pabel Muñoz pediu ao Executivo a “militarização” de instalações estratégicas ante a “crise de segurança sem precedentes”.
Estado de exceção
A sede presidencial e as estações de metrô de Quito estão militarizadas. O estado de exceção estará em vigor por 60 dias em todo o país, incluindo nas penitenciárias. A medida inclui um toque de recolher de seis horas, entre 23h e 5h, horário local (das 01h às 07h em Brasília).
A declaração de estado de exceção permite às Forças Armadas intervir no sistema prisional, onde na segunda-feira se registrou a retenção de um número indeterminado de guardas.
“Não vamos negociar com terroristas nem descansaremos até devolvermos a paz aos equatorianos”, afirmou Noboa, em vídeo publicado em sua conta no Instagram. O presidente atribuiu o ataque às prisões como uma retaliação por suas ações para “recuperar o controle oficial” dos presídios.
Noboa anunciou na semana passada que construirá dois presídios de segurança máxima nas províncias de Pastaza e Santa Elena, ao estilo das construídas pelo presidente salvadorenho, Nayib Bukele, em sua guerra contra as gangues.
O novo presidente, de 36 anos, é o presidente mais jovem do Equador e chegou ao poder com a promessa de atacar com firmeza os grupos de traficantes, ligados a cartéis colombianos e mexicanos.