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Mundo Prévias nos Estados Unidos, que começam nesta segunda, devem confirmar nova disputa entre Trump e Biden pela Casa Branca

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Primária da Geórgia foi encarada como uma prévia do novo duelo entre os dois candidatos em novembro. (Foto: Getty Images)

Exceto por alguma surpresa judicial que os analistas consideram uma possibilidade ainda remota, as eleições primárias americanas – que começam com as prévias republicanas de Iowa, nesta segunda-feira (15) – devem ser definidas em menos tempo do que costuma ocorrer.

O presidente Joe Biden está sem desafiantes para tentar a reeleição pelo Partido Democrata e seu antecessor, Donald Trump, está tão à frente nas pesquisas que deve definir sua indicação na chapa republicana já nas primeiras prévias.

O processo republicano também chega à primeira prévia com um número esvaziado de pré-candidatos com alguma chance de vitória: depois de Trump, que aparece nas pesquisas com quase 62% das preferências, somente o governador da Flórida, Ron DeSantis, com 11,7%, e a ex-embaixadora na ONU Nick Haley, com 11,2%, são considerados competitivos.

Com isso, Trump e Biden reúnem a maior probabilidade de votarem a se enfrentar na eleição de 5 de novembro.

“Só o que vejo de diferente nas primárias deste ano em relação a todas as outras é que ela deve ter uma das definições mais rápidas da história”, disse Alexander Keyssar, professor de ciências sociais da Universidade Harvard e especialista em eleições dos EUA da Kennedy School. “Parece-me extremamente improvável que alguém, além de Trump, possa conquistar a indicação do Partido Republicano. Para ser mais exato, acredito que se Trump ganhar com folga as duas primeiras prévias – e ele deve ganhar -, a disputa já estará liquidada.”

Depois de Iowa, os republicanos votarão nas primárias de New Hampshire no dia 23 de janeiro. Se a previsão de Keyssar estiver correta, a disputa do partido estará resolvida em apenas oito dias.

A disputa pelo lado democrata será apenas uma formalidade. Pela praxe dos dois partidos, presidentes candidatos à reeleição não são desafiados na disputa pela indicação. Biden, de 81 anos, e Trump, que terá 78 em novembro, estarão entre os políticos mais idosos a disputar a presidência, sugerindo pouca renovação na política dos EUA.

E, visto da ótica das eleições legislativas de 2022 – que dividiu a Câmara em 222 republicanos e 213 democratas; e o Senado, em 51 democratas e 49 republicanos – alguns analistas políticos veem sinais de polarização entre conservadores e progresssistas.

Trump se tornou praticamente imbatível no Partido Republicano, dizem os analistas, justamente pelo mérito de ter se infiltrado na estrutura partidária, confrontar as antigas elites partidárias e apropriar-se das agendas do movimento, tornando-as mais radicais.

Para o brasileiro Carlos Gustavo Poggio, especialista em estudos internacionais e professor associado do Berea College, de Kentucky, o sistema eleitoral americano, que na prática é formado por 50 regras diferentes em cada um dos 50 Estados foi desenhado para favorecer as cúpulas partidárias – sobretudo a dos dois partidos dominantes. “É um sistema que exige que as candidaturas tenham muitos recursos e muita estrutura para que sejam competitivas, algo que em geral favorece que as decisões sejam tomadas pelas elites e seguidas pela base”, afirmou Poggio. “Trump conseguiu quebrar essa regra, usando um discurso mais fácil para se apropriar do partido de baixo para cima”, disse.

“Trump capturou a preferência dos filiados do partido, a despeito da vontade e da resistência da cúpula. E essa resistência ainda existe hoje, mas ele se tornou muito popular na base”, disse Poggio.

O analista lembra ainda que Trump tem avançado até mesmo entre o eleitorado mais cativo do Partido Democrata. “O que as pesquisas têm mostrado é que Biden tem perdido apoio entre setores importantes do eleitorado especificamente entre os afro-americanos e latinos”, afirma. “Na verdade, se as sondagens estiverem corretas, Trump pode ser o candidato republicano com maior parcela de votos entre negros e latinos das últimas décadas”, disse.

“Embaladas por um discurso muitas vezes marcado pelo simplismo de ideias e por muita desinformação, as pessoas não querem tomar vacinas, não querem aborto, não querem mais imigrantes”, diz Peter Hakim, presidente emérito do centro de estudos de Washington Inter-American Dialogue. “Essas crenças se arraigaram nos últimos anos nos EUA, alavancando políticos como o ex-presidente Trump e seus aliados”, afirma.

A partir de seu movimento de combate à cultura “woke” – uma gíria que significa “acordado” em inglês e descreve alguém com consciência sobre questões raciais e sociais -, partidários de Trump lançaram-se às críticas às políticas identitárias, ao “globalismo” que se opõe aos esforços nacionalistas e às políticas sociais custeadas pelo Estado.

Neste contexto, estão enquadrados Biden e todo o restante dos democratas, indica o analista. “Mesmo que isso não corresponda à realidade, a construção dessa visão de mundo se espalha nas redes sociais da internet e se consolida entre a sociedade”, afirma.

“Pelo menos 25% da população americana hoje acreditam que houve fraude nas eleições de 2022, vencidas por Biden”, exemplifica Hakim. “E é difícil entender por que a aprovação do presidente tem caído tanto, mesmo quando os indicadores econômicos são de razoáveis para bom”, afirma.

Hakim crê que essa percepção negativa de sua gestão econômica pode ser uma grande dificuldade para Biden na eleição. “Mas há razões para crer que, nestes meses que faltam até novembro, o alívio sentido nos caixas de supermercado e postos de gasolina se torne um pouco mais perceptível e que isso favoreça o democrata.

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