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Mundo Eleição para presidente do México ficará entre duas mulheres

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Claudia Sheinbaum (E), aliada de Obrador, enfrentará Xóchitl Gálvez (D) em junho. (Foto: Reprodução)

O México vai às urnas em junho em uma disputa inédita que opões duas mulheres. Claudia Sheinbaum, apadrinhada do presidente Andrés Manuel López Obrador (AMLO), enfrentará Xóchitl Gálvez, da coalizão Frente Ampla pelo México.

A disputa não é só inédita em termos de gênero, mas também na divisão das forças políticas. Desde que chegou ao poder, em 2018, AMLO rompeu com seu Partido da Revolução Democrática (PRD) e criou uma nova legenda, o Movimento de Renovação Nacional (Morena), para fortalecer as bases de esquerda.

Obrador conseguiu unir a elite política tradicional do México contra si. Desta vez, tanto o Partido Revolucionário Institucional (PRI), que controlou a política por sete décadas, quanto o Partido da Ação Nacional (PAN) e o PRD estão unidos para tentar destronar o grupo do presidente.

A tarefa não será fácil, já que Obrador é popular. Pesquisa da consultoria Buendía & Márquez indica que ele tinha em dezembro 68% de aprovação.

A economia, geralmente um dos fatores decisivos na eleição, teve um desempenho muito superior ao previsto por analistas em 2023.

No início do ano passado, a previsão era um crescimento do PIB de 0,9%, mas o México encerrou 2023 com a expectativa de crescer 3,4%. Em ano eleitoral, Obrador aposta em obras como o Trem Maia, o Corredor Transístmico, que unem as duas costas turísticas do México, e de três novos aeroportos, para melhorar a infraestrutura.

Imigração

Por outro lado, a crise migratória tem se intensificado, causando um aumento no número de vítimas de tráfico humano nas fronteiras mexicanas. O crime continua sendo um problema. Um relatório de 2023 do Índice de Paz México indica que a violência teve um aumento de 64,2% nos últimos oito anos, e analistas acreditam que a campanha presidencial possa ser uma das mais sangrentas da história.

Nas eleições regionais de 2021, 102 políticos foram assassinados, incluindo candidatos, lideranças sociais e membros das equipes de campanha. Na eleição que levou AMLO ao poder, em 2018, foram 152 assassinatos por motivos políticos.

“O México tem vivenciado um processo político muito intenso desde 2018, quando Obrador se tornou presidente na sua terceira tentativa”, disse ao Estadão Jesús Silva-Herzog Márquez, analista político do Instituto Tecnológico de Monterrey.

“O projeto dele era a eliminação da herança política dos últimos 18 anos, afirmando que a democracia autêntica, que ouve às pessoas, era a dele. Ele seguiu durante anos a cartilha populista, conseguiu uma estabilidade econômica e seu governo manteve o apoio popular”, afirmou.

Márquez acredita, no entanto, que AMLO enfraqueceu instituições como o Judiciário, a comissão eleitoral e outros órgãos autônomos considerados um espaço para a oposição. Daniel Sousa Oliva, pesquisador da Universidade Veracruzana, concorda.

“Este ano, o México parte de uma diminuição na qualidade da democracia. Houve uma deterioração das instituições democráticas. A Comissão de Direitos Humanos, o Instituto de Transparência, o Judiciário, todas essas instituições foram atacadas e suas capacidades, diminuídas”, disse. “Isso complica a eleição de 2024, pois pode haver utilização de recursos públicos para o apoio do partido do oficialismo.”

Em fevereiro de 2023, milhares de pessoas foram para a praça central da Cidade do México para protestar contra as mudanças na lei eleitoral. O presidente foi acusado de atacar a democracia após promulgar uma reforma, e os manifestantes saíram às ruas vestidos de rosa, gritando slogans como: “Não toque no meu voto!”

Uma vez promulgadas, as reformas reduziriam os salários dos funcionários do Instituto Nacional Eleitoral (INE), o financiamento dos escritórios eleitorais locais e o treinamento dos cidadãos que operam e supervisionam as seções eleitorais. O presidente negou que as reformas ameaçassem a democracia, mas Oliva afirma que elas enfraqueceram o sistema para beneficiar o Estado.

Para Márquez, é neste contexto de meia década de transformação política – e de consolidação do poder do atual chefe de Estado – que as duas principais candidatas buscam ganhar espaço.

À frente Surfando na popularidade de AMLO, Claudia Sheinbaum é favorita para vencer a eleição em junho

“De um lado, o partido de Obrador, que é populista de esquerda, com uma formação quase caudilhista, tem uma candidata popular que foi prefeita da Cidade do México, cujo objetivo é a continuação do projeto do presidente”, disse Márquez. “Do outro, vemos uma estranha coalizão de oposição, com partidos que eram inimigos (PAN, PRI, e PRD), que colocaram a campanha nas mãos de uma mulher muito pragmática, de centro-esquerda, que tem um projeto diferente de país.”

O desafio, segundo ele, está no posicionamento das candidatas para conquistar os eleitores pouco politizados de um país que aceita as mudanças dos últimos anos, mas que ainda busca desesperadamente soluções para seus problemas: a violência e a pobreza.

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