Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2024
Da esquerda para a direita: Tom Felton, Taylor Lautner e Jenna Fisher.
Foto: Reprodução“O que aconteceu com…?” é uma das fórmulas clássicas do jornalismo moderno que sempre funcionam e que tem cimentado seu sucesso em nossas pesquisas na internet. Todos nós nos lembramos de vez em quando de alguém que foi muito falado no passado, mas que agora desapareceu. Para saciar a curiosidade, recorremos ao Google ou a qualquer outro mecanismo de busca para saber como estão atualmente.
Mas os artigos de “o que aconteceu com” podem começar a estar em perigo de extinção, porque cada vez mais famosos dos quais não se sabia há algum tempo decidem sair do esquecimento por conta própria e voltar às nossas vidas, principalmente por meio das redes sociais. Esse fenômeno, que ocorreu especialmente em nível internacional, não passou despercebido para os usuários mais perspicazes e irritados dessas plataformas que, ao observarem o fato, começaram a se referir a alguns deles como “jobless celebrities” (literalmente, celebridades emprego, na tradução do inglês).
O apelido nem sempre significa que realmente não estão trabalhando, mas sim que o trabalho atual deles geralmente não está à altura do interesse midiático do que fizeram no passado. Um passado que eles reivindicam repetidamente, explorando ao máximo aquele sucesso distante.
Um dos exemplos mais claros dessa tendência é Tom Felton, o ator britânico que interpretou o malvado Draco Malfoy na saga cinematográfica de Harry Potter. É muito provável que, se o leitor é um usuário ativo do TikTok, tenha se deparado com o rosto de Felton lá, causando um pouco de vergonha alheia.
Quase todo o conteúdo que ele gera está relacionado, direta ou indiretamente, com a criação de J.K. Rowling, seja reagindo a vídeos nos quais outros usuários o imitam dizendo a palavra “Potter”, parabenizando um antigo colega de elenco pelo aniversário, relembrando alguma anedota ao lado de Daniel Radcliffe ou promovendo o livro de memórias que, aproveitando seu sucesso nas redes, publicou em outubro de 2022, “Além da Magia”.
A técnica de Felton tem sido um sucesso estrondoso: ele já acumula mais de 10 milhões de seguidores e mais de 155 milhões de curtidas, embora também tenha algumas críticas. Frases como “arrume um emprego”, “deixe de basear sua personalidade em algo que aconteceu há séculos” ou “deixe Draco ir” podem ser lidas repetidamente nos comentários de seus vídeos.
No entanto, seja pela adoração de muitos usuários ou pelo puro “hate watching” (o prazer de assistir algo que se odeia), o ator tem sua própria hashtag, #DracoTok, que tem quase 35 bilhões de visualizações (sim, o número está correto). Mas a verdade é que ele nunca parou de trabalhar no cinema e na televisão, embora em produções britânicas de médio porte; ele poderia viver tranquilamente desses trabalhos, mas não parou de capitalizar aquele papel distante.
Felton não é, de longe, o único artista que está fazendo isso. Em um vídeo recentemente publicado no YouTube sobre o tema, a analista de internet Casey Aonso também cita outros personagens, como Taylor Lautner, o lembrado lobisomem Jacob Black da saga Crepúsculo, que explora há algum tempo, tanto nas redes sociais quanto na mídia, seu relacionamento passado com Taylor Swift (eles namoraram por apenas alguns meses em 2009).
Outros exemplos são Jerry Russo e Jennifer Stone, dois dos atores da série infantil do Disney Channel, “Os Feiticeiros de Waverly Place”, que há quase um ano apresentam o Wizards of Waverly Pod, um podcast no qual revisitam os episódios, contam anedotas e entrevistam outros membros do elenco, incluindo Selena Gomez. Na semana passada, foi anunciado que a Disney está trabalhando em um piloto para uma sequência da série, embora nenhum dos atores faça parte do elenco.