Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 25 de janeiro de 2024
Ramagem é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PL
Foto: Secom/Presidência da RepúblicaO deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), foi alvo da Operação Vigilância Aproximada, deflagrada pela PF (Polícia Federal) na manhã desta quinta-feira (25) para investigar uma organização criminosa que teria espionado ilegalmente autoridades públicas e cidadãos comuns.
Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete do parlamentar, no apartamento funcional da Câmara ocupado por ele em Brasília e na sua residência no Rio. Segundo a PF, o grupo criminoso usava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.
Ramagem é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PL. Ele foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para disputar o pleito.
Homem de confiança do ex-presidente, o deputado federal comandava a Abin durante o período em que o órgão teria espionado ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), jornalistas e adversários de Bolsonaro entre 2019 e 2021.
Delegado da PF desde 2005, Ramagem foi coordenador da segurança de Bolsonaro em 2018, após o então candidato à Presidência sofrer um atentado em Juiz de Fora (MG). A partir daí, se tornou amigo próximo da família Bolsonaro.
Após a eleição de Jair Bolsonaro, Ramagem foi escalado para um cargo de assessor especial no Palácio do Planalto até que, em julho de 2019, o então presidente o colocou no comando da Abin.
Menos de um ano depois, Bolsonaro decidiu que iria nomear Ramagem para a chefia da PF. O desejo de colocar Ramagem no comando da corporação foi o estopim para o pedido de demissão de Sérgio Moro do Ministério da Justiça. Para Moro, empossar Ramagem como diretor-geral seria aparelhar a PF.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes acabou impedindo a nomeação de Ramagem para o comando PF. A decisão foi tomada poucas horas antes da cerimônia de posse, em ação movida pelo PDT. O ministro alegou ausência dos princípios da “impessoalidade, moralidade e interesse público”.
Com o apoio de Bolsonaro, Ramagem foi eleito deputado federal pelo Rio de janeiro com 59 mil votos.