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Artes Visuais “A sociedade da neve”: saiba o que é real e o que é ficção no filme inspirado na tragédia dos Andes

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Atualmente, 14 dos que foram resgatados nos Andes continuam vivos.

Foto: Reprodução
Atualmente, 14 dos que foram resgatados nos Andes continuam vivos. (Foto: Reprodução)

Passados 51 anos da queda de um avião nos Andes, em outubro de 1972, em que 29 dos passageiros foram resgatados 72 dias depois, o filme “A sociedade da neve”, da Netflix, reconta a história de sobrevivência.

O longa de Juan Antonio Bayona estreou em dezembro em algumas salas de cinema de vários países e ficou disponível na plataforma de streaming a partir de 4 de janeiro. Ao todo, estavam 45 passageiros no avião, entre jogadores, familiares e amigos. À espera do socorro, eles tiveram de comer partes dos corpos dos companheiros mortos.

O filme foi feito com base no livro de um jornalista que entrevistou os sobreviventes. Atualmente, 14 dos que foram resgatados nos Andes continuam vivos. Veja o que é verdade e o que não é contado no filme “A sociedade da neve”.

Condições extremas: verdade

Os sobreviventes, confrontados inicialmente com o impacto brutal da aeronave, logo se viram diante de adversidades implacáveis, com o frio intenso, isolamento severo, ausência de perspectiva de resgate e fome. As condições extremas retratadas no filme são verídicas, baseadas nos relatos dos sobreviventes.Para garantir a fidelidade, a produção do filme visitou o local três vezes, além de ser usado como set de gravação.

Canibalismo: verdade, mas…

Ao assistir o filme, é perceptível que muitos dos personagens eram devotos católicos. Durante os debates sobre a possibilidade de recorrer ao canibalismo para sobreviver, eles carregavam consigo a preocupação de possíveis punições divinas, acreditando que utilizar os corpos como fonte de alimento poderia resultar em condenação aos olhos de Deus.

Apesar de não ser mencionado no filme, a Igreja Católica ofereceu apoio aos sobreviventes. Este fato, documentado por Fernando Parrado em seu livro “Milagre nos Andes”, revela que a Igreja desempenhou um papel na assistência psicológica aos sobreviventes, algo que não foi explorado na narrativa cinematográfica.

Resgate: ficção

Embora o filme mostre um resgate que teria durado apenas um dia, não foi bem isso que aconteceu na história real. Eles realmente foram retirados em helicóptero militares chilenos, no entanto, o resgate durou dois dias.

Avalanche: verdade

Em visita ao Brasil em 1993, o sobrevivente Gustavo Zerbino contou que, além da temperatura de 25 graus abaixo de zero, eles também passaram por duas avalanches. Uma delas ocorreu duas semanas após a queda e causou a morte de oito pessoas. Na ocasião, o avião e todos os sobreviventes ficaram soterrados por metros de neve.

Repercussão: ficção

Após o resgate, o filme não conseguiu retratar corretamente como foi a experiência dos sobreviventes com a hostilidade da opinião pública com os métodos adotados pelo grupo para sobreviver. Principalmente, porque eles teriam tentado ocultar os detalhes sobre o canibalismo. As pessoas chegaram a especular que os sobreviventes teriam assassinado os colegas para alimentação.

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