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Política Ex-diretor da Abin mantinha computador da agência quase 2 anos após deixar o cargo

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O depoimento faz parte da operação Última Milha, deflagrada em 11 de julho. (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

Na operação deflagrada na manhã da última quinta-feira (25) para apurar um suposto monitoramento ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a Polícia Federal (PF) apreendeu equipamentos que pertencem à agência de inteligência.

Durante o mandado de busca e apreensão, os policiais apreenderam seis celulares e quatro notebooks, sendo que um celular e um notebook pertencentes à Abin.

Ramagem foi chefe do órgão de inteligência entre 2019 e 2021 e não tem mais nenhuma relação com a Abin.

A PF, no entanto, também apreendeu na casa do parlamentar 20 pen-drives e documentos relacionados ao órgão.

De seu gabinete na Câmara dos Deputados, foram levados computadores, inclusive de assessores, e mais documentos com dados sobre a Abin.

Além de Ramagem, sete policiais federais e três servidores da Abin foram alvos da PF nesta quinta. A Operação Vigilância Aproximada é um desdobramento da Operação Última Milha, realizada em outubro do ano passado.

Ao todo estão sendo cumpridos 21 mandados de busca e apreensão. A operação investiga organização criminosa que teria se instalado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas.

Investigações

Por meio do sistema chamado FirstMile, conforme a Polícia Federal, agentes da Abin monitoravam até 10 mil celulares a cada 12 meses, bastando digitar o número da pessoa.

O software israelense foi adquirido durante o governo de Michel Temer (MDB), mas teria sido usado ilegalmente na gestão de Jair Bolsonaro (PL).

A suspeita é de que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), governadores, outros políticos e jornalistas tenham sido monitorados.

Segundo as investigações, a “necessidade” de monitorar essas pessoas era criada sem qualquer lastro técnico e sem autorização judicial.

A aplicação criava históricos de deslocamento e alertas em tempo real da movimentação dos aparelhos cadastrados. Os agentes da PF identificaram mais de 30 mil usos ilegais do software.

Além do uso indevido do sistema, apura-se a atuação de dois servidores da Abin que respondiam a processo administrativo disciplinar. Ambos foram presos na fase anterior da operação.

De acordo com os investigadores, esses servidores teriam utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar a demissão.

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