Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 28 de janeiro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O ano mal começou, mas a gastança no setor público segue a todo vapor, incluindo diárias de servidores no Senado. Na Transparência do Senado há duas ordens de pagamento para Gilvan Viana Xavier que totalizam R$45.833,58. O pagamento, aponta o documento, é para bancar 20 diárias em Madri (Espanha) de um “curso de pós-graduação”. A viagem está marcada para acontecer entre 3 e 23 de fevereiro. A astronômica ordem de pagamento é de 11 de janeiro, mas não é a única.
Conta alta
Antes mesmo de fechar janeiro, mês de recesso, o Senado já torrou R$250,6 mil em diárias. Cada pagamento vai de R$554 até R$37,5 mil.
Zero transparência
Outros pagamentos, com identificação apenas de parte do CPF e que sugere ser para uma mesma pessoa, somam R$189,9 mil.
Aí vou eu
Outra servidora, identificada pelo Senado como Natalia Caliman, recebeu R$12,4 mil para participar de um curso de assessores na Europa.
Ficou mudo
Procurada para explicar a gastança, talvez em apoio a viagens ao exterior do presidente do Senado, a assessoria ignorou a solicitação.
Mandato parlamentar já não protege de retaliações
Nos tempos em que eram obedecidos dispositivos constitucionais como a inviolabilidade do mandato parlamentar, criou-se no Brasil a prática de governantes em fim de mandato disputarem vagas no Congresso para se protegerem de opositores que os sucediam. Eleitos deputados ou senadores, muitos ex-prefeitos, ex-governadores e até ex-presidentes foram blindados de vinganças e retaliações. Não por outra razão, o Senado tem sido refúgio político de vários ex-integrantes do Executivo.
Fazendo História
Caso marcante foi protagonizado por José Sarney, que, após deixar o Planalto, mudou domicílio para o Amapá e garantiu mandato no Senado.
Blindagem cosmética
O ex-vice-presidente Hamilton Mourão foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul. Mas o seu mandato já não o protegeria de perseguições.
Já não há proteção
Atualmente no Congresso são poucos, mas houve períodos em que até metade do Senado era composta de ex-integrantes do Poder Executivo.
Mercado reage
Após o fiasco da tentativa de Lula de emplacar o ex-ministro Guido Mantega como chefe da Vale, a empresa encerrou a semana com a ação quase 3% acima do valor no início da semana.
Flacidez contra drogas
“Flacidez” é o termo utilizado pelo psiquiatra Ronaldo Laranjeira, um dos maiores especialistas do mundo em dependência química, para definir a atitude de autoridades brasileiras, inclusive STF, no combate às drogas. Ele considera absurda a pretendida “legalização” do consumo.
O mundo dá voltas
Jair Bolsonaro relembrou o passado para rebater Geraldo Alckmin que chamou o ex-presidente de desocupado, “as preocupações dele sempre foram merenda escolar, o Rodoanel e chamar o Lula de bandido”.
É só lacração
Relatório do Instituto Socioambiental desmente discurso lacrador do governo Lula, que usa Yanomamis na propaganda. O garimpo ilegal nas terras indígenas subiu 7%, atingindo 5.432 hectares, em 2023.
Pré-boiada
Apesar de a filiação do senador Cid Gomes (CE) ao PSB estar marcada para o início de fevereiro, seu grupo de deputados federais e estaduais só vai mudar de partido em 2026, para não perderem os mandatos.
Temas fartos
Entre os vetos presidenciais que trancam a pauta do Congresso antes mesmo do início do ano legislativo, quatro são de Jair Bolsonaro e oito são de Lula, incluindo o veto ao reajuste a forças de segurança do DF.
Eleição está aí
O governador Renato Casagrande (Espírito Santo) anunciou troca no primeiro escalão do governo. Sai da Secretaria de Segurança o Coronel Ramalho, que vai, diz o governador, “analisar projetos políticos”.
Política de fundo
O futebol voltou a dominar as buscas dos brasileiros na internet, esta semana, segundo o Google Trends. Na política, a delação do assassino de Marielle foi o assunto mais ‘quente’ da semana: 2º lugar na terça-feira.
Pergunta na pressão
Indicação do governo em empresa privada pode?
PODER SEM PUDOR
Parente e parceiro
O deputado Manuel Gilberto fazia oposição sem tréguas ao governador Moura Cavalcanti (“no Nordeste, quem não é Cavalcanti é cavalgado”, dizia), em Pernambuco, e sempre dava um jeito de mostrar intimidade com a obra de Eça de Queiroz, exibindo sua erudição. Certa vez, ao responder a aparte do colega Maviel Cavalcanti, primo do governador, ele ironizou: “Vossa Excelência tem mesmo que defender esse governo, porque, tal qual um personagem de Eça, o deputado é parente, patrício e parceiro…”
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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