Domingo, 17 de novembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 30 de janeiro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Parlamentares demoraram a reagir, mas denunciaram “perseguição” na ação da Polícia Federal contra o vereador Carlos Bolsonaro (Rep), ordenada por Alexandre de Moraes (STF). Tudo aconteceu horas após a “super-live”, em que o ex-presidente montrou sua força nas redes sociais, e na sequência de operações contra os deputados Carlos Jordy, líder da oposição, e Alexandre Ramagem (PL-RJ), ambos ligados a Bolsonaro. O senador Carlos Portinho (PL-RJ) não tem dúvida: é “vingança política”.
Timing peculiar
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que a ordem era do dia da operação (29) e a PF chegou às 10h, não 6h. A decisão do STF é do sábado (27).
Busca ampla
A ordem para realizar a operação saiu na madrugada, diz Eduardo Bolsonaro, com objetivo de atingir todos na casa, pós-live.
Outro foco
Tanto Eduardo quanto o senador Flávio Bolsonaro denunciaram fake news na TV a cabo e nas redes sociais, em torno da operação.
Pescaria
Para Portinho, a ação da PF é “pescaria” com o objetivo final de prender o ex-presidente Jair Bolsonaro: “qualquer coisa serve de mote”.
Audiência de Bolsonaro arrasa Lula no Youtube
O canal de Lula (PT) no Youtube ficará desligado nesta terça (30) porque a audiência pífia decretou seu fim. A “Conversa com o Presidente” não despertou interesse dos brasileiros. Já o antecessor e adversário Jair Bolsonaro (PL), oficialmente derrotado pelo petista nas eleições, atraiu 800 mil visualizações durante a transmissão de sua live, realizada quase de surpresa, e na noite desta segunda (29) a gravação já tinha sido vista por quase 2,2 milhões de pessoas. Uma humilhação sem precedentes.
Sem chances
Enquanto lives de Lula em seu canal atraíam apenas 2 ou 3 mil pessoas, a “bandeirada” das lives de Bolsonaro sempre foi de 500 mil.
Fórmula fracassou
Lula escolheu Marcos Uchoa, bom jornalista que foi da TV Globo, claro, como seu “entrevistador particular”. A fórmula não deu certo.
Surra omitida
A operação da PF contra Carlos Bolsonaro, ontem, fez desaparecer ou reduziu muito a repercussão da “surra” de audiência do ex-presidente.
Velho truque
O encontro de Arthur Lira com líderes na Câmara, não realizado porque todos estão em férias, virou “reunião cancelada”. É um velho truque: se não aconteceu como se noticiou, houve “recuo” ou “cancelamento”.
Não passa
A Câmara contabiliza 20 medidas provisórias de Lula que podem trancar a pauta de votações nos próximos meses. E uma, a tentativa do governo do PT de ressuscitar a oneração da folha de 17 setores, tem “impasse”.
Preocupação seletiva
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que fez voto de silêncio sobre tabefes aplicados no Congresso, decidiu exigir a lista de políticos que seriam monitorados por Ramagem & cia. Mas fez constrangedor silêncio sobre 18 oposicionistas supostamente na alça de mira do STF.
Sambando no Senado
Membros da oposição como o senador Rogério Marinho (PL-RN) têm reunião marcada com Rodrigo Pacheco, mas só na semana que vem, pré-carnaval, para tratar de ações da PF contra parlamentares.
Intimidação
Para o deputado e delegado federal Sanderson (PL-RS), a ação “a mando do [ministro] Alexandre de Moraes”, do Supremo Tribunal Federal, tenta “constranger e intimidar cidadãos e apoiadores de Bolsonaro”.
Agências de férias
Ativistas devem ter amanhecido hoje com a boca torta, após mentirem muito nas “notícias” sobre a caçada aos Bolsonaro. De “fuga pelo mar” a “computador da Abin apreendido com Carlos Bolsonaro”, teve de tudo. Só não teve “agências verificadoras” apontando fake news.
Cuidado
Alvo da PF na semana passada, o deputado Ramagem não reagiu nas redes sociais após a ação da PF contra o vereador Carlos Bolsonaro. “Vai reagir como, sem celular?!” ironizou um assessor parlamentar.
Mais cuidado
Outro alvo da PF nos últimos dias, o líder da oposição, deputado Carlos Jordy (PL-RJ) se limitou a denunciar fake news em torno da apreensão de suposto “computador da Abin”, sem comentar detalhes, nem mérito.
Pensando bem…
…na terra da lei do olho por olho, caolho também será vítima.
PODER SEM PUDOR
Papo de principiante
Jânio Quadros era prefeito de São Paulo, em 1988, e começou a articular sua sucessão. Pediu para o deputado Gastone Righi (PTB) promover um encontro com o apresentador Sílvio Santos. Antes do almoço, na casa de Righi, Jânio quis saber como Sílvio planejava lidar com os vereadores. “Simples. Os vereadores foram eleitos pelo povo, e como só vou mandar projetos de interesse do povo, eles vão aprovar tudo. Vai ser tranquilo.”
Percebendo a ingenuidade de Silvio, Jânio apenas respondeu: “Gastone, meu bem, seria bom mandar servir o almoço…” E não se falou mais no assunto.
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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