Domingo, 17 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de janeiro de 2024
A aviadora norte-americana Amelia Earhart ficou famosa na década de 1930 por ser a primeira mulher a pilotar um avião e atravessar o Oceano Atlântico. Em 1937, ela tinha um plano ainda mais ambicioso: dar a volta no globo. No entanto, em julho daquele ano ela sumiu, e o destino dela e do navegador Fred Noonan nunca foi esclarecido.
Em seu último trecho, ela sobrevoou o Oceano Pacífico, entre a Austrália e o estado do Havaí, nos Estados Unidos. A piloto deveria passar por Howland, uma pequena ilha no meio do caminho, mas nunca chegou. Dois anos depois, em 1939, Amelia foi declarada morta. Os investigadores concluíram que ela havia caído em algum ponto do Oceano Pacífico, mas a aeronave e os corpos nunca foram encontrados.
Agora, um outro piloto e explorador afirma ter descoberto o local do Oceano Pacífico onde estão os restos da aeronave. Tony Romeo, um ex-oficial da Aeronáutica dos EUA e atual diretor-executivo da empresa Deep Sea Vision afirma que encontrou o avião de 1937. Ele deu uma entrevista à rede NBC, dos EUA.
Ele fez uma expedição de US$ 11 milhões para encontrar o local no fundo do mar. Está sendo usada uma tecnologia de sonares na região onde, suspeita-se, está o avião de Amelia. A equipe de Romeo capturou dados em dezembro e detectou uma imagem desfocada que tem o formato de um avião. Eles acreditam que é a aeronave que sumiu.
A Deep Sea Vision afirma que escaneou mais de 5.200 milhas quadradas do fundo do oceano com uma tripulação de 16 pessoas e o drone subaquático não tripulado Kongsberg Discovery HUGIN 6000, para tentar encontrar o avião Lockheed 10-E Electra pilotado por Amelia Earhart.
Mistério de 90 anos
O desaparecimento de Amelia Earhart se tornou um dos maiores mistérios do século XX, com inúmeros exploradores procurando pelos destroços. Se a equipe de Tony Romeo comprovar que se trata da aeronave da famosa aviadora, o mistério poderá chegar ao fim após quase 90 anos.
Romeo afirmou à NBC que sua equipe planeja retornar ao local em que a imagem foi obtida ainda neste ano ou no início do ano que vem para conseguir imagens melhores.
Pioneirismo
Amelia nasceu em 24 de julho de 1897 em Atchison, Kansas, nos Estados Unidos, mas morou em várias cidades. Seu pai era advogado ferroviário, e sua mãe vinha de uma família rica. Após a morte dos avós, a família enfrentou dificuldades financeiras em meio ao alcoolismo do pai.
O primeiro contato com a aviação foi durante a Primeira Guerra Mundial, quando visitou a irmã em Toronto e decidiu ficar no Canadá para trabalhar em um hospital militar. Sua primeira viagem de avião foi 1920, quando ela descobriu sua paixão de vida e começou a ter aulas de voo com a aviadora Neta Snook.
Quando completou 25 anos, Amelia comprou um biplano Kinner Airster amarelo que ela chamava de canário. Em 1922, ela estabeleceu o recorde feminino de altitude para a época, de 14 mil pés.
Como relata o National Women’s History Museum, a vida de Amelia mudou em 1928, quando ela conheceu o editor George Putnam, que a convidou para se tornar a primeira mulher a cruzar o Atlântico de avião, mas como passageira.
Quando o voo aterrizou na Europa, em 17 de junho de 1928, o nome de Amelia virou sensação. Putnam continuou sendo seu promotor, publicando seus dois livros: “20 Hrs. 40 Mins” (1928) e “The Fun of It” (1932). Eles se casaram em 1931, mas Amelia manteve seu nome de solteira e dizia considerar o casamento como uma parceria igualitária.
A aviadora completaria 40 anos quando decolou em seu último voo.