Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Variedades Geração Z descobre o cinema nacional através das redes sociais e alavanca procura por filmes

Compartilhe esta notícia:

Nos Estados Unidos, aplicativo fatura US$ 16 bilhões. (Foto: Reprodução)

Até pouco tempo atrás, o cinema brasileiro encontrava na internet um território hostil. Fora da bolha cinéfila, muitas pessoas pareciam insistir em uma visão preconceituosa sobre os filmes nacionais, com críticas superficiais sobre a qualidade das produções feitas no país. Apenas algumas unanimidades — “O auto da compadecida”, “Central do Brasil”, “Cidade de Deus” — eram citados como exemplos positivos. Mas a situação parece estar mudando de figura graças a um movimento que acontece nas redes sociais, especialmente no TikTok: os edits — apelido para “edições”.

Trata-se do compilado de imagens de uma produção audiovisual nacional, em cortes de poucos segundos, com transições rápidas e muitas vezes acompanhado de uma trilha sonora bem pop ou falas dos próprios filmes.

O conteúdo tem sido vastamente explorado nas redes sociais e gerado uma descoberta do cinema brasileiro por um novo público, especialmente a Geração Z, nascida entre 1997 e 2010. No TikTok, as hashtags #cinemabrasileiro e #cinemanacional contemplam mais de 20 mil publicações e milhões de visualizações.

“Muitas vezes aparecem na minha ‘for you’ (área de vídeos recomendados do TikTok) edits com cenas de filmes que me deixam com vontade de ver. Teve um com cenas de vários filmes brasileiros e que mostrava ‘Que horas ela volta?’. Eu assisti e achei bem interessante”, conta Helena Alves Pereira, estudante de 17 anos. “O mesmo vídeo mostrava cenas de ‘Tropa de elite’ e também peguei para ver com minha mãe e meu irmão. Nunca tinha visto e achei muito legal.”

Além de conquistar novos interessados na cinematografia nacional, os edits vêm chamando atenção de pessoas envolvidas no meio. Recentemente, a atriz Fernanda Torres compartilhou uma montagem de cenas suas em “Eu sei que vou te amar” (1986), de Arnaldo Jabor, realizada originalmente pelo perfil @scfimoon no TikTok, no Instagram e no X (antigo Twitter).

Se a atriz, filha de Fernanda Montenegro, tem suas dúvidas do impacto dos cortes na procura pelas obras originais, o mesmo não se aplica ao diretor Daniel Rezende, que se impressionou quando um edit de “Bingo: O rei das manhãs”, postado nos últimos dias de dezembro, teve mais de 15 milhões de visualizações apenas no X.

“Não tenho TikTok e uso muito pouco o Twitter, mas depois que esse edit de ‘Bingo’ viralizou eu fui bombardeado de mensagens. E fiquei impressionado com a repercussão não só no Twitter, mas principalmente no Letterboxd (rede social para cinéfilos em que a pessoa registra os filmes que assistiu), que acaba sendo um melhor termômetro. A quantidade de comentários que tinha na rede, do lançamento do filme até hoje, dobrou nas últimas semanas”, destaca o diretor.

Daniel lembra que “Bingo” estreou nos cinemas em 2017, quando foi visto por 261 mil pessoas, e que ficou por cinco anos num limbo até chegar no streaming, hoje disponível na HBO Max.

“É um fenômeno interessante. Porque as pessoas me parecem cada vez menos focadas, dando preferência a vídeos cada vez menores no TikTok. Mas como toda cultura tem uma contracultura, esses vídeos de poucos segundos conseguem levar as pessoas a assistirem a um filme. Provavelmente, mais pessoas assistiram a ‘Bingo’ nas últimas duas semanas do que em toda carreira no cinema e no streaming”, reforça o cineasta indicado ao Oscar de melhor montagem por “Cidade de Deus”.

O que tem valido para filmes, também vale para novelas, séries e minisséries. Segundo dados do Globoplay, o consumo diário de “Hilda furacão”, disponível na plataforma desde 2021, cresceu 150% em dezembro passado, quando vídeos da minissérie começaram a viralizar nas redes. Outras produções que viram seus números de procura crescerem em 2023, em comparação com o ano anterior, foram “A grande família” (uma variação de 115%) e “Tapas & beijos” (34%), duas queridinhas da internet, cujas cenas muito frequentemente aparecem em cortes no TikTok e no X.

De acordo com pesquisa encomendada pelo TikTok, em 2023, 40% dos usuários descobriram um novo filme ou série que não conheciam antes através da rede e 58% disseram já ter pesquisado sobre um filme ou série depois de ter visto um conteúdo no TikTok. Números parecidos surgiram em outra pesquisa sobre consumo de filmes, encomendada pelo Telecine, que aponta que 54% das pessoas entre 18 e 24 anos leva em consideração os edits nas redes sociais na escolha de um filme.

tags: Você Viu?

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Variedades

Vasinhos vermelhos no rosto: especialista explica por que eles surgem, os riscos e como podem ser tratados
Alcione afirma não ser infeliz por não ter tido filhos: “Comigo, não tem essa ladainha”
https://www.osul.com.br/geracao-z-descobre-o-cinema-nacional-atraves-das-redes-sociais-e-alavanca-procura-por-filmes/ Geração Z descobre o cinema nacional através das redes sociais e alavanca procura por filmes 2024-02-04
Deixe seu comentário
Pode te interessar