Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de fevereiro de 2024
"Saí do governo há mais de um ano e sigo sofrendo uma perseguição implacável”, afirmou. (Presidente foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis.
Foto: EBCO ex-presidente Jair Bolsonaro criticou a Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (8).
“Saí do governo há mais de um ano e sigo sofrendo uma perseguição implacável”, afirmou ele à colunista Monica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.
“Me esqueçam, já tem outro governando o País”, completou.
O ex-presidente negou, em entrevista à CNN nesta quinta-feira, ter articulado um golpe de Estado após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
“Ninguém entende essa ‘tentativa de golpe’. Não se movimentou um soldado em Brasília para dar golpe em ninguém aí”, disse o ex-mandatário. “O que querem em cima do Valdemar? Busca e apreensão em cima do partido. O que querem fazer com o partido? Nosso partido é propagador de fake news? Age à margem da democracia. A gente fica pensando num monte de coisa aqui.”
“Uma operação em cima dos generais, a prisão de mais um assessor meu, coronel Marcelo Câmara, mais um coronel e um major que de nome não sei quem são. Para minha surpresa, busca e apreensão na casa ou apartamento do Valdemar da Costa Neto, na sede do partido. Por enquanto, eu ainda estou no ar, não sei o que está acontecendo”, acrescentou Bolsonaro.
A operação, que mira Bolsonaro e seus aliados militares e políticos, investiga organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.
“Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital”, informou a PF.
Ao todo, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do País, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.
As medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ocorreram nos Estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio às equipes da PF.