Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de fevereiro de 2024
A venda de veículos vem se recuperando nos últimos meses, o que se reflete na alta nos investimentos das montadoras no país, mas a indústria ficou estagnada no último ano. Segundo a Anfavea, apesar do aumento de 13% nas vendas em janeiro, em relação ao mesmo mês do ano passado, não houve evolução e nem queda no volume de produção.
A explicação pode estar na queda das exportações. De acordo com a entidade, houve uma queda de 43% nas vendas externas, caindo 33 mil unidades em 2023 para 19 mil neste ano.
“A estabilidade da produção se deve à redução das exportações e ao aumento das importações. Nós tivemos o mês com maior crescimento das importações desde 2014”, disse Márcio Lima Leite, presidente da Anfavea.
A Anfavea culpa a desaceleração econômica dos principais mercados de destino, Argentina, Colômbia e Chile, pela redução dos embarques externos.
Outro fator que segurou a produção foi a queda nas vendas dos caminhões e ônibus. Segundo a Anfavea, houve uma queda de 21,4% dos caminhões em relação ao mesmo mês do ano passado, quando houve um volume maior devido às vendas dos modelos fabricados em 2022 (efeito Proconve P8).
Para ônibus, a queda foi de 32,8%, mas a expectativa é de melhoras para os dois segmentos, principalmente com a licitação do programa Caminho da Escola, que incluiu 16 mil novos ônibus para governos.
Números
Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram produzidos 152,6 mil veículos, praticamente repetindo, com leve queda de 0,1%, o número do mesmo mês de 2023. Na comparação com dezembro, o recuo foi de 11,1%, conforme balanço divulgado pela Anfavea, a associação que representa as montadoras.
Já as vendas de veículos no Brasil em janeiro, de 161,6 mil unidades, subiram 13,1% na comparação anual. Ante dezembro, que teve o maior volume de veículos vendidos em um mês em quatro anos, houve queda de 35%.
Importados
Apesar do número positivo do mercado, a Anfavea informa que os carros importados tiveram em janeiro a maior participação nas vendas dos últimos dez anos. A cada dez veículos vendidos, praticamente dois (19,5%) vieram de fora do País, sendo que os carros chineses responderam por um quarto das importações.
Com a corrida dos consumidores para aproveitar os carros em estoque que não pegaram a volta gradual do imposto de importação sobre veículos híbridos e elétricos, a participação dos modelos eletrificados, que têm a China como grande fornecedor, alcançou o recorde de 7,9% em janeiro.
Exportações
Já as exportações começaram 2024 com queda de 43% na comparação com o mesmo período de 2023, em desempenho atribuído à desaceleração econômica em vizinhos como Argentina, Colômbia e Chile, que estão entre os principais destinos dos carros brasileiros no exterior.