Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de fevereiro de 2024
Augusta Ada Byron King e Mariana Milena Prado de Sá estão há mais de 200 anos de distância uma da outra. Enquanto Ada se tornou uma das maiores cientistas do mundo ao desenvolver o primeiro algoritmo de programação – quando os computadores nem sequer tinham sido criados, Mariana se inspira na pesquisadora para traçar sua jornada na ciência.
Usando apenas o computador, a estudante da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), de 20 anos, observou um asteroide que ainda não havia sido catalogado, tendo o trabalho reconhecido pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa).
“A gente recebe pacotes com quatro imagens cada e analisa várias vezes. Nós temos que observar algum corpo que se movimente quatro vezes em trajetória retilínea”, explicou Mariana sobre a caça aos asteroides.
Todo o conteúdo recebido passa por uma análise que é feita por um software. Contudo, segundo a jovem, nada substitui a capacidade analítica do olho humano e, por isso, a Nasa sempre conta com a ajuda das equipes mundo afora.
Mulheres como referência
Se antes, a imagem de Steve Jobs resumia a figura de cientista que vinha à mente de Mariana, hoje, três grandes mulheres servem de inspiração para os seus feitos, que começam a serem traçados na engenharia mecatrônica e na astronomia:
Augusta Ada Byron King, a precursora do algoritmo, Jaqueline Goes, que mapeou o vírus da Covid-19 em apenas 48h, e Marie Curie, uma das maiores referências em áreas da química e física.
“A ciência, com certeza, mudou a minha vida e minhas perspectivas. Só de falar me dá uma felicidade. É uma das coisas que mais me motiva. Hoje eu estou com 5 asteroides detectados, muito do que eu faço hoje é por outras pessoas, principalmente por outras meninas”, conta.
Hoje, Mariana concilia os estudos de engenharia mecatrônica com a paixão pela astronomia e um perfil nas redes sociais, onde compartilha novidades científicas.
Mesmo inspirada pelo trio das mulheres pesquisadoras, o batismo do primeiro asteroide descoberto por ela será uma homenagem caseira: ele levará o nome da mãe, Walkiria, que, segundo a jovem, foi a sua primeira referência.
“Cresci em meio aos corredores e a biblioteca da escola que minha mãe trabalha. Minha mãe é professora de ciências, formada em biologia. Então, a ciência sempre foi uma coisa muito natural pra mim. Ela sempre me apoia em todas as minhas ideias, todos os meus sonhos. Ela sempre fala: ‘Mariana, vai!’ E eu vou”.