Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de fevereiro de 2024
O momento decadente que vive a Seleção Brasileira incomoda além dos torcedores nascidos no Brasil. Um dos grandes nomes do futebol da Argentina e campeão do mundo com o seu país em 1978 na condição de treinador, César Luis Menotti não escondeu seu desapontamento com a atual situação da Amarelinha.
Fã do futebol brasileiro em outros tempos, disse estar envergonhado pelo fracasso no Pré-Olímpico. Os comandados de Ramon Menezes perderam para os argentinos no último domingo e não irão aos Jogos de Paris-2024. Hoje comentarista, Menotti fez críticas ao Brasil – embora seja o atual bicampeão olímpico -, no dia seguinte à derrota.
“O Brasil dos anos 70 foi uma revolução no futebol, tinha grandes jogadores e muita coragem. Morei no Brasil, e falavam da loucura de um técnico que colocava quatro números 10, que jogavam igual. Eram todos Messi. Tenho vergonha do que está acontecendo com o Brasil. Vivi um momento incrível para eles na Copa do Mundo de 70. Vi toda a preparação, quando estávamos homem a homem”, afirmou à Rádio D Sports.
Declínio cultural
Também diretor de seleções da AFA, o ex-técnico citou a existência de um “declínio cultural” no Brasil, que teve com o time principal masculino o seu pior ano em 2023, desde 1940. Ainda no ano passado, a equipe sub-20 foi eliminada por Israel no Mundial da categoria.
“Acho que há um declínio cultural, eles estão em outro mundo. Não entendo como podem jogar tão mal, sem ideias e sem sustentar toda a sua história brilhante, mas espero que subam. É bem-vindo que eles sigam mal contra nós, mas espero que melhorem”, concluiu Menotti.
Além disso, o Brasil tem sofrido recentemente maus bocados diante da Argentina. O revés no Pré-Olímpico foi a terceiro desde 2021, quando a Canarinho perdeu a final da Copa América, em pleno Maracanã. Houve, ainda, a derrota por 1 a 0, em novembro, pelas Eliminatórias para o Mundial de 2026, mais uma vez no Templo do Futebol.
César Luis Menotti comenta sobre o Brasil com conhecimento de causa. Afinal, quando era jogador, defendeu Santos e Juventus-SP, no final da década de 1960. Foi, inclusive, campeão paulista e da Taça Brasil de 1968. Ao se tornar treinador, dirigiu a seleção nacional, além de equipes do porte de Barcelona, Boca Juniors, River Plate e Atlético de Madrid. Hoje com 85 anos, é um dos raros argentinos que já afirmou que Pelé é melhor qiue Maradona.