Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de fevereiro de 2024
Em uma missão lunar potencialmente histórica, o módulo de pouso robótico Odysseus decolou nesta quinta-feira (15) com sucesso do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, a bordo de um foguete da SpaceX. Caso tudo ocorra conforme o planejado, o Odysseus pousará nas proximidades do polo sul da Lua em 22 de fevereiro, tornando-se a primeira espaçonave privada a tocar o solo lunar.
O módulo de pouso foi desenvolvido pela empresa Intuitive Machines, sediada em Houston, e o processo ocorreu em parceria com a Nasa. Com sua missão IM-1, a empresa texana pretende realizar o primeiro pouso na Lua de uma sonda privada após várias tentativas fracassadas de outras corporações nos últimos anos.
O sucesso do pouso também seria muito positivo para os Estados Unidos, que não visitam a superfície lunar desde a missão Apollo 17, da Nasa, há mais de 50 anos.
“É um momento profundamente emocionante para todos nós. A oportunidade de devolver os EUA à Lua pela primeira vez desde 1972 exige uma vontade de explorar, e isso está no coração de todos da empresa”, disse Trent Martin, vice-presidente de sistemas espaciais da Intuitive Machines.
China, Índia e Japão são as únicas nações a terem pousado veículos na lua no século 21.
O Odysseus pousará na cratera Malapert A, a cerca de 300 quilômetros de distância do polo sul do satélite natural, perto de um dos locais candidatos à futura missão Artemis III, que levará novamente o homem à Lua.
A espaçonave está carregando seis experimentos desenvolvidos pela agência espacial norte-americana e seis cargas úteis de outros parceiros comerciais. Entre elas está a Embry-Riddle Eaglecam, uma câmera que deverá se separar do veículo pouco antes do pouso para filmar todas as fases finais da descida.
Missão IM-1
A missão, chamada de IM-1, conta um módulo de pouso de mais de quatro metros de altura. Esta é a primeira tentativa de uma missão lunar da Intuitive Machines.
Com o objetivo de preparar o envio de astronautas à Lua nos próximos anos, a Nasa optou por contratar empresas para levar equipamentos até o satélite natural. A missão dessa quinta-feira, por exemplo, conta com seis cargas de instrumentos que irão recolher dados do ambiente lunar.
O lançamento deste módulo lunar ocorre um mês após o Peregrine, uma espaçonave que a Astrobotic Technology desenvolveu com financiamento da Nasa, falhar em sua missão. A empresa sediada em Pittsburgh revelou um vazamento de combustível quebrando recordes de metas horas depois do lançamento do Peregrine em 8 de janeiro. A espaçonave queimou na atmosfera enquanto voltava para a Terra 10 dias depois.
Mas a Nasa patrocinou a criação de uma pequena frota de módulos lunares desenvolvidos privadamente como parte de um programa que a agência espacial chama de CLPS, ou Serviços de Carga Lunar Comerciais.
“No CLPS, as empresas americanas utilizaram suas próprias práticas de engenharia e fabricação em vez de aderir aos procedimentos formais e tradicionais da Nasa e à supervisão da Nasa”, explicou Joel Kearns, vice-administrador associado da agência espacial para exploração na Diretoria de Missão Científica da Nasa. “O CLPS é um teste dessa filosofia.”
O objetivo do programa é desenvolver módulos lunares sob contratos relativamente baratos e de preço fixo, na esperança de usar as espaçonaves para dar aos EUA uma presença na Lua à medida que uma nova corrida espacial internacional se intensifica.