Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de março de 2024
No entanto, Temer afirmou que a exigência por parte de Israel de um pedido de desculpas de Lula é "um exagero".
Foto: Arquivo pessoalO ex-presidente da República Michel Temer afirmou nesta quinta-feira (7) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria admitir que se expressou mal ao comparar ao Holocausto o alto número de mortes de civis palestinos durante a ofensiva israelense na Faixa de Gaza.
No entanto, Temer disse que a exigência por parte de Israel de um pedido de desculpas de Lula é “um exagero”.
“Para o presidente pedir desculpas, acho que há um certo exagero. O que ele poderia ter feito era, logo em seguida, quando repercutiu negativamente, vir a público e dizer que tinha sido mal interpretado. E, talvez, mal interpretado por ter se expressado mal”, avaliou Temer ao chegar à Brazil Emirates Conference, realizada pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. “Isso deveria ter sido feito já no dia seguinte para paralisar qualquer reação”, completou.
Para Temer, a fala de Lula e a reação do governo israelense levaram a um embate desnecessário entre as diplomacias dos dois países. “Ainda há tempo para a diplomacia brasileira dizer que o tema foi mal expressado, mal interpretado. Mas todo o respeito e toda a tristeza por aquele evento tão trágico, como foi o Holocausto”, acrescentou.
O ex-presidente lembrou que a tradição diplomática do Brasil sempre foi pelo multilateralismo, ou seja, “se dar bem” com todos os países. “No episódio Israel-Palestina, a posição tradicional do Brasil é propor a paz, que se consegue pela criação dos dois Estados. Eu sempre tomei essa cautela em todas as vezes que ia falar sobre isso na ONU ou em conferências internacionais”, prosseguiu Temer.