Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

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Saúde Dia da Mulher: africanas sofrem problemas de saúde e golpes ao se submeterem a tratamentos para clarear a pele

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Nos últimos anos, além das pomadas surgiram ampolas e loções.

Foto: Reprodução
Nos últimos anos, além das pomadas surgiram ampolas e loções. Foto: Reprodução)

Uma jovem sonhava em ter a “pele clara” e recebeu injeções por três dias seguidos na barraca de um mercado em Abidjan, capital econômica da Costa do Marfim. Aguardou dez dias e não houve resultados. “Me enganaram”, admite a youtuber, que pede para ser identificada pelo pseudônimo “Anita”.

Muitas mulheres, influenciadas por um ideal de beleza da “pele clara”, despigmentam a pele em alguns países da África Ocidental, principalmente com a ajuda de cremes disponíveis nos comércios, apesar de serem prejudiciais à saúde. É “um problema de saúde pública global que requer atenção urgente”, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em novembro.

Nos últimos anos, além das pomadas – algumas das quais envelhecem prematuramente a pele, causam espinhas ou contêm substâncias cancerígenas – surgiram ampolas e loções. Esses líquidos, injetáveis na corrente sanguínea, são muito populares, principalmente entre as mulheres mais jovens. Prometem um efeito “mais rápido” e “uniforme”, explica Marcellin Doh, presidente de um coletivo de ONGs que luta contra esta prática na Costa do Marfim.

Até agora, nem as autoridades de saúde nem a OMS parecem abordar seriamente os riscos específicos destas injeções, ao contrário dos perigos dos cremes, que estão amplamente documentados.

Com uma composição pouco transparente, alimentam uma rede de golpes, como demonstra um produto adquirido na Costa do Marfim e enviado à França para análise, que revelou uma diferença entre o que foi anunciado na embalagem e o conteúdo.

Em Cocovico, um mercado de Abidjan, uma mulher pede para comprar um líquido que “clareia a pele”. Uma vendedora tira um lote de dez frascos de dentro de uma pochete e negocia o preço por pouco mais de 40 dólares (quase 200 reais).

Além dos discretos pontos físicos de venda, dezenas de páginas do Facebook da Costa do Marfim, de Camarões, do Senegal e até mesmo da Nigéria divulgam abertamente estas substâncias, prometendo um “clareamento uniforme até a medula óssea”.

A administradora de uma loja online localizada em Abidjan, contatada por telefone e que pediu anonimato, afirma vender “produtos importados” do sudeste asiático, da Itália e da Suíça. Em sua opinião, os líquidos são “de boa qualidade” porque “são medicamentos”. Mas na realidade, sua composição não tem nenhuma fiscalização, assim como seu método de fabricação. Se fossem medicamentos, seu desvio poderia ter consequências graves.

Riscos para a saúde

As mulheres com melhores condições financeiras recorrem a injeções à base de glutationa, um antioxidante natural prescrito para pacientes com câncer ou Parkinson, observa Grace Nkoro, dermatologista do hospital ginecológico-obstétrico de Yaoundé, no Camarões.

Nkoro atendeu vários pacientes com problemas de pele ou que desenvolveram insuficiência renal após “comprar essas injeções na Internet”.

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