Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de março de 2024
Gleisi Hoffmann criticou a transferência de domicílio eleitoral da colega de Câmara.
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos DeputadosA presidente do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann criticou a transferência de domicílio eleitoral da colega de Câmara Rosângela Moro (União Brasil-SP), mulher do ex-juiz e senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).
A mudança foi oficializada na Justiça Eleitoral na sexta-feira (8), antes do julgamento que pode cassar o mandato do marido.
Em publicação no X (antigo Twitter), a petista diz que a decisão simboliza um “desprezo pela população paranaense” e acusa o casal de serem “moralistas sem moral”. “Chora, Gleisi”, rebateu Rosângela em sua rede social.
Gleisi ironizou as transferências de Sérgio e Rosângela. “Quando pensavam estar na crista da onda, mudaram para São Paulo, porque achavam o Paraná pequeno demais pra eles”, afirmou a petista no X. “Agora que vai ser cassado”, segundo Gleisi, “traz a mulher de novo, para ser candidata na vaga dele. Desrespeito também com a população de São Paulo que a elegeu deputada”.
Rosângela rebateu as críticas de Gleisi com uma postagem curta. Ela compartilhou uma reportagem que mostrava as críticas da petista e respondeu apenas: “Chora Gleisi”. Em nota à imprensa, a assessoria da deputada afirmou que a transferência de domicílio é um “direito” e que, a despeito da mudança, irá manter seu escritório de apoio no território paulista, bem como as agendas de rua.
Entenda
Natural de Curitiba (PR), Rosângela alterou seu domicílio eleitoral para São Paulo às vésperas da eleição de 2022 e foi eleita deputada federal pelos paulistas. Com a possível cassação de Moro, acusado por PT e PL por abuso de poder econômico, Rosângela mudou de domicílio eleitoral mais uma vez, retornando ao Paraná. Com a mudança, que a deputada afirma ser “um direito de todo cidadão”, ela ficará disponível para uma possível disputa suplementar para a vaga do marido no Senado. Além dela, outros atores estão de olho no espólio do ex-juiz, incluindo a própria Gleisi, cotada no PT para a eventual eleição.
O julgamento das ações que podem levar à cassação do mandato de Sérgio Moro serão pautadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) na semana do dia 1º de abril. O argumento dos autores é que Moro, apresentando-se como possível candidato à Presidência, despendeu gastos durante a pré-campanha que o colocaram em condição desigual diante de seus adversários. A procuradoria eleitoral no Estado se manifestou favorável à cassação.
Moro era cotado como presidenciável, mas mudou de planos repentinamente e, às vésperas dos prazos legais, decidiu disputar uma cadeira no Senado pelo Paraná. O ex-juiz tentou, inclusive, se habilitar para disputar o pleito de 2022 junto ao eleitorado de São Paulo, assim como fez Rosângela. O seu pedido de transferência de domicílio eleitoral, no entanto, foi negado.